Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, está enfrentando uma crise dupla: inundações que assolam a cidade e um aumento na criminalidade. Um apelo angustiante em um banner na Avenida Ipiranga reflete o sentimento de desespero da comunidade: “Senhor ladrão, por favor, pelo amor de Deus, respeite a nossa dor”. Este banner é uma marca visível para aqueles que tentam acessar ou deixar a Usina do Gasômetro, uma área crucial para as operações de resgate e fornecimento de suprimentos em meio às inundações.
No entanto, a série de saques tem sido um desafio adicional. Voluntários envolvidos em missões de resgate relatam confrontos armados, roubos à mão armada e até mesmo o roubo de embarcações, que são posteriormente usadas para saques. Um guarda de segurança, que preferiu não se identificar, destacou o aumento do risco à noite, especialmente nas áreas mais vulneráveis, agora submersas pela água.
O analista jurídico e voluntário de resgate, Silvio Luis, compartilhou sua experiência, que incluiu resgates arriscados de animais e enfrentamentos com as condições adversas. A segurança tornou-se uma preocupação constante, com os socorristas só se aventurando de barco quando armados para evitar incidentes graves.
Para enfrentar essa crise, Porto Alegre recebeu reforço de 100 membros da Força Nacional, além de mais de 14 mil militares das Forças Armadas e contingentes policiais. No entanto, a tragédia já deixou um saldo de 136 mortes confirmadas, 125 desaparecidos e impactou mais de 444 municípios. As operações de resgate estão sendo prejudicadas pelas condições climáticas adversas, mas a solidariedade e o esforço conjunto continuam em meio à adversidade.
