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segunda-feira, outubro 21, 2024
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Anvisa Proíbe Uso de “Chips da Beleza” e Implantes Hormonais Após Aumento de Problemas de Saúde

Medida surge após denúncias de entidades médicas sobre riscos à saúde, incluindo complicações graves como doenças cardíacas e alterações comportamentais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciará a suspensão da manipulação, comercialização, propaganda e uso dos implantes hormonais conhecidos como “chips da beleza” no Diário Oficial da União. A decisão foi tomada após denúncias de entidades médicas, incluindo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que relataram um aumento no atendimento de pacientes com problemas decorrentes do uso desses dispositivos.

Os implantes, produzidos em farmácias de manipulação, combinam diversos hormônios, incluindo substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse tipo de uso. Apesar da popularidade nas redes sociais, esses chips não têm aprovação da Anvisa e não podem ser indicados por médicos para ganho de massa muscular ou desempenho esportivo, conforme as diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM).

O principal motivo da proibição é a segurança. O uso desses implantes pode acarretar riscos significativos, como alterações comportamentais e aumento da probabilidade de doenças cardíacas, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Um caso alarmante foi o de uma jovem internada em estado grave em São Paulo após a colocação de um “chip da beleza”, que resultou em edema cerebral menos de 24 horas após o procedimento.

Esses implantes podem conter hormônios variados, muitas vezes sem que o usuário tenha conhecimento exato de sua composição. Um hormônio comumente utilizado é a gestrinona, uma forma sintética da testosterona, classificada como esteroide anabolizante. O CFM já havia alertado sobre o aumento da prescrição de esteroides para fins estéticos, com especialistas afirmando que os riscos superam os benefícios.

“Nós estamos observando um aumento exponencial na prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes para fins estéticos. Não existe dose mínima segura, como alguns usuários alegam. Por isso, estamos proibindo essa prática”, declarou José Hiran Gallo, então presidente do CFM.

Os esteroides anabolizantes devem ser utilizados apenas quando há uma indicação médica adequada, como em casos de deficiência de testosterona ou hormonoterapia para homens trans, explicou Clayton Macedo, presidente do Departamento de Endocrinologia do Exercício e do Esporte da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Apesar dos alertas, a busca por “chips da beleza” e outros anabolizantes com fins estéticos tem crescido, representando a maioria das prescrições desse tipo. Marcelo Bichels Leitão, cardiologista e diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME), destacou o crescimento do mercado e a facilidade de acesso a essas substâncias, tanto em clínicas quanto clandestinamente.

“Os impactos, sejam estéticos ou de desempenho, são transitórios e podem levar a efeitos colaterais graves”, alertou Leitão. As consequências do uso de esteroides incluem masculinização indesejada em mulheres, maior risco de problemas cardíacos e infertilidade em homens, além de alterações psíquicas que podem aumentar a agressividade e o risco de comportamentos criminosos.

“O hormônio pode provocar um aumento da irritabilidade e agressividade. Um estudo dinamarquês acompanhou usuários de esteroides por 12 anos e mais de 20% deles foram presos por crimes não relacionados a fatores socioeconômicos”, concluiu o especialista da SBEM.

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