Aprovação do governo Lula cai e desaprovação atinge 56%, aponta pesquisa

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou uma queda significativa, conforme os últimos dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta terça-feira (2). A desaprovação ao governo federal aumentou sete pontos percentuais, atingindo 56%, enquanto a aprovação caiu para 41%. Essa é a maior diferença entre os dois indicadores desde o início do terceiro mandato de Lula.

Rejeição cresce em todas as regiões do país

O levantamento revela que a insatisfação se espalhou por todas as regiões do Brasil, mas foi particularmente intensa no Nordeste, historicamente um reduto eleitoral petista. Nessa região, a desaprovação subiu de 37% para 46% em apenas dois meses, enquanto a aprovação caiu de 59% para 52%. No Sudeste, onde se concentra a maior parte da população brasileira, 60% dos entrevistados afirmaram desaprovar a gestão Lula, contra 37% que a aprovam.

Entre os segmentos da população, os mais jovens (16 a 34 anos) apresentaram a maior taxa de insatisfação, com 64% desaprovando o governo. A rejeição também cresceu entre eleitores com ensino superior incompleto (64%) e entre aqueles com renda familiar média baixa (61%).

Economia e expectativas frustradas impactam avaliação do governo

O aumento da desaprovação ao governo Lula ocorre em meio a um cenário de crescente insatisfação com a economia e a percepção de que o país está no caminho errado. Segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados acreditam que a economia piorou nos últimos 12 meses — um aumento de 17 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.

A frustração com o governo também está relacionada ao não cumprimento de promessas de campanha. Segundo o levantamento, 71% dos entrevistados acreditam que Lula não tem conseguido entregar o que prometeu antes da eleição. Além disso, 53% consideram que sua atual gestão é pior do que seus dois mandatos anteriores.

Comparativo com Bolsonaro divide opiniões

Quando comparado ao governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro, Lula enfrenta uma divisão na opinião pública. Para 43% dos entrevistados, o atual governo é pior que o anterior, enquanto 39% acreditam que a gestão petista é superior. Os dados indicam um empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Mudanças na comunicação não impactam percepção popular

Desde o início do ano, o presidente Lula tem buscado melhorar sua imagem através de mudanças na comunicação e no contato com a população. Entre as ações tomadas, estão a troca do comando da Secretaria de Comunicação (Secom), com Sidônio Palmeira substituindo Paulo Pimenta, o aumento da agenda de viagens pelo país e a implementação de medidas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a criação do crédito consignado para trabalhadores CLT.

Entretanto, essas iniciativas ainda não surtiram o efeito esperado. De acordo com a pesquisa, 44% dos entrevistados acreditam que a comunicação do governo “permanece igual” após a troca na Secom, enquanto 19% veem uma melhora e 21%, uma piora.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 27 e 31 de março e entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e um índice de confiança de 95%.

O futuro da gestão Lula

Diante dos resultados, o governo enfrenta um desafio para reverter a crescente insatisfação popular. Com a economia sendo um dos principais fatores para a queda de aprovação, medidas concretas para impulsionar o crescimento e melhorar o poder de compra da população podem ser fundamentais para uma recuperação na imagem do governo nos próximos meses.