Agricultores do Rio Grande do Sul, já abalados por uma série de perdas em decorrência de desastres naturais, enfrentam agora uma nova crise financeira. O governo federal havia prometido liberar R$ 5 bilhões para a renegociação de dívidas dos produtores, mas, com o prazo de pagamento vencido no último dia 30, os recursos prometidos não chegaram às mãos dos agricultores. Como consequência, muitos produtores amanheceram com suas contas bancárias zeradas devido à cobrança automática das dívidas pelos bancos.
A expectativa de apoio surgiu após declarações do ministro Paulo Pimenta (Secom) em um vídeo divulgado no dia 23 de setembro, onde ele assegurava um pacote de R$ 5 bilhões para atender produtores em dificuldades. A promessa foi reafirmada durante a 47ª Expointer, evento importante para o setor agropecuário, encerrado em 1º de setembro. No entanto, agricultores relatam que essa ajuda foi apenas discurso, sem nenhuma ação prática efetiva para aliviar suas dívidas com instituições financeiras.
Segundo relatos, a falta de liberação dos recursos deixou produtores de médio porte, entre os mais afetados pela crise, sem alternativas para quitar os valores vencidos, resultando em execuções bancárias e saldos negativos. Com isso, muitos produtores estão sendo negativados no Serasa, o que compromete ainda mais o acesso ao crédito e dificulta a continuidade de suas atividades no campo.
A frustração é grande entre os agricultores, que veem as promessas do governo como uma “lorota” e denunciam que o apoio prometido não foi implementado. Organizações rurais pedem agora ações mais efetivas do governo federal para evitar que produtores, já fragilizados por perdas, sejam levados ao colapso financeiro.