A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana o registro da IXCHIQ, primeira vacina contra o vírus Chikungunya no Brasil. Desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva e produzida atualmente na Alemanha, o imunizante será comercializado pelo Instituto Butantan, que também planeja sua fabricação no território nacional futuramente.
A IXCHIQ é uma vacina recombinante atenuada, de dose única, indicada para adultos com 18 anos ou mais que vivem em regiões com alto risco de exposição ao vírus. A vacina, no entanto, é contraindicada para gestantes, imunodeprimidos e imunossuprimidos.
Estudos clínicos e aprovação internacional
A eficácia da vacina foi comprovada por estudos clínicos realizados em adultos nos Estados Unidos e em adolescentes no Brasil. Os resultados demonstraram alta produção de anticorpos neutralizantes e um perfil de segurança satisfatório. A Anvisa também participou da avaliação da vacina junto à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) no projeto de cooperação regulatória OPEN, que reúne agências internacionais para acelerar aprovações de produtos de interesse em saúde pública.
A vacina já havia sido aprovada pela FDA, dos Estados Unidos, e pela EMA, tornando-se uma esperança concreta de proteção contra o vírus em todo o mundo.
Combate à Chikungunya
Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a Chikungunya provoca sintomas semelhantes aos da dengue, como febre alta, dores intensas nas articulações, erupções cutâneas e fadiga. Desde sua introdução no Brasil em 2014, a doença passou a ser endêmica, com casos registrados em todos os estados brasileiros.
A aprovação da vacina representa um avanço significativo na luta contra arboviroses e deve ser acompanhada por ações de farmacovigilância ativa, conforme determinado em Termo de Compromisso firmado entre a Anvisa e o Butantan. Serão realizados estudos de efetividade e segurança em larga escala após o início da aplicação do imunizante.