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terça-feira, novembro 5, 2024
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Brasil descarta milhões de vacinas vencidas, incluindo doses contra a Covid-19

Ministério da Saúde incinera 10,9 milhões de vacinas, e enfrenta desafios com desinformação e adesão à imunização, enquanto 12 milhões de doses adicionais também estão prestes a ser descartadas.

Em 2024, o Ministério da Saúde descartou 10,9 milhões de doses de vacinas com a data de validade vencida, sendo a maioria delas contra a Covid-19. Além das vacinas para a doença, imunizantes contra febre amarela, tétano, gripe e outras enfermidades também foram incinerados.

O número de vacinas descartadas pode aumentar, uma vez que o ministério ainda possui em seu inventário cerca de 12 milhões de doses expiradas, das quais 9 milhões são da Janssen, contra a Covid-19, e estão previstas para serem descartadas nos próximos meses.

Essas informações foram reveladas pelo portal Metrópoles, com base em dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), e fornecidas pelo Ministério da Saúde em 25 de outubro. De acordo com o ministério, a desinformação tem impactado negativamente a adesão da população à vacinação, embora tenha assegurado que o Brasil não enfrenta escassez de vacinas.

Dentre as vacinas já incineradas, 6,4 milhões eram destinadas ao combate à Covid-19, doença que, em 2024, resultou em mais de 5,1 mil mortes no Brasil. A vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) foi a segunda mais descartada, com 3,1 milhões de doses. Além disso, 663,2 mil doses da vacina contra a febre amarela também foram incineradas.

Esses dados ainda são parciais e devem aumentar até o fim do ano. O Ministério da Saúde informou que não tem controle sobre a incineração de vacinas nos estados, destacando que a responsabilidade sobre os estoques estaduais é descentralizada.

O governo tem enfrentado dificuldades nas campanhas de vacinação, especialmente contra a Covid-19, que começou de forma tardia em maio de 2024, além de vacinas com prazos de validade próximos ao vencimento. Contudo, o ministério ressaltou que a crise na imunização não é um problema novo, destacando uma queda nas taxas de cobertura vacinal desde 2016, com algumas vacinas, como as de meningite e HPV, registrando estoques baixos em anos anteriores. No entanto, atualmente, o Ministério da Saúde afirma que a falta de vacinas foi resolvida e que o país não está mais enfrentando esse problema.

Em 2023, o Brasil saiu da lista dos 20 países com o maior número de crianças não vacinadas, graças a um aumento nas taxas de vacinação. Essa melhora foi destacada em um relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicado em julho.

Entre as vacinas incineradas, estão a BCG (para tuberculose), a pneumocócica 10 (contra pneumonia, otite e sepse), as vacinas meningocócicas ACWY e C (contra meningite), a pentavalente (para difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b), além da DTP e dTpa, que protegem contra difteria, tétano e coqueluche. Todas essas vacinas fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

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