A situação do plano de saúde dos servidores dos Correios atingiu um ponto crítico e pode resultar em uma greve nacional da categoria. A Fentec (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) acusa a estatal de atrasar os repasses à Postal Saúde, operadora do plano de assistência médica, desde novembro de 2024.
A dívida acumulada já ultrapassa os R$ 178 milhões, um valor considerado conservador por fontes internas da empresa. Apesar dos descontos realizados nos contracheques dos trabalhadores, esses valores não estão sendo transferidos à operadora, o que provocou a suspensão de serviços médicos em várias regiões do país. Em um áudio obtido pela imprensa, um dirigente sindical denuncia a situação e afirma que os trabalhadores estão pagando por um serviço que não recebem.
Reunião com presidente dos Correios
A pressão dos sindicatos resultou em uma reunião agendada com o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, marcada para quarta-feira (16), em Brasília. Caso a situação não seja resolvida até lá, os trabalhadores ameaçam paralisar suas atividades como forma de protesto contra o calote no plano de saúde.
Débito bilionário e falta de transparência
Apesar de reconhecer o problema, a direção dos Correios ainda não apresentou uma solução concreta. Até o momento, a estatal teria repassado apenas R$ 30 milhões do valor devido, enquanto os descontos continuam sendo aplicados nos salários dos servidores. Isso gerou um sentimento de revolta, pois os trabalhadores continuam pagando por um serviço que não estão recebendo.
A Postal Saúde também se limitou a declarar que está “empenhada” em regularizar a situação, mas sem apresentar um cronograma claro ou medidas eficazes. Ambas as partes, Correios e Postal Saúde, publicaram comunicados semelhantes, mas nenhum esclareceu o destino dos recursos descontados dos salários dos trabalhadores.
Monitoramento da ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirmou que está monitorando a situação financeira da Postal Saúde. A agência já acompanha economicamente a operadora, mas, até o momento, nenhuma sanção ou intervenção foi anunciada, o que gerou críticas de servidores e usuários que se sentem desamparados diante da suspensão dos atendimentos médicos.