O Rio Grande do Sul enfrenta um novo pico da dengue em 2025, com 6.421 casos confirmados da doença até o último sábado (12), segundo boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES). O dado revela uma escalada preocupante: 2.700 novos casos foram registrados apenas nas primeiras semanas de abril, mês historicamente crítico para a circulação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.
A maior parte das infecções (5.524) é autóctone, ou seja, contraída dentro dos próprios municípios. A taxa de incidência estadual chega a 207 casos por 100 mil habitantes, com mais de 32 mil notificações em análise. As cinco mortes confirmadas ocorreram em Porto Alegre (2), Viamão, Alvorada e Cachoeira do Sul.
Viamão, que está em situação de emergência desde março, lidera o número de casos com 1.820 confirmações, seguida por Porto Alegre (1.211), Novo Hamburgo (669) e Cachoeira do Sul (675). No total, 474 municípios gaúchos já têm registros de infestação por Aedes, superando os números territoriais de 2024.
A situação nos serviços de saúde preocupa. Em Porto Alegre, a diretora da Atenção Primária, Vânia Frantz, relata sobrecarga nas unidades de saúde. “Estamos vendo um aumento das notificações e muitos pacientes precisando de hidratação venosa, mesmo em unidades básicas”, afirma. Os bairros mais atingidos seguem concentrados na Zona Norte da capital.
Além da dengue, a chikungunya também apresenta aumento expressivo. São 142 casos confirmados em 2025, ante apenas 10 no mesmo período do ano passado — e já há um óbito registrado.
Especialistas reforçam que, embora o frio previsto para o fim de maio possa frear o avanço da dengue, o risco segue alto, já que o mosquito Aedes se adapta bem ao clima do Estado. Medidas de prevenção, como eliminação de criadouros, uso de repelentes e atenção aos primeiros sintomas, são fundamentais para conter a escalada.
