O município de Inhacorá foi fundado em 20 de março de 1992.
Distante 482 quilômetros da capital, Porto Alegre, a população é composta por pouco mais de 2300 habitantes.
A economia calcada fundamentalmente no agronegócio compõe a maior fonte de receitas do município, que enfrente desafios sociais a serem superados na cidade.
Há até bem pouco tempo, poucas ruas da cidade eram pavimentadas e cerca de 30% da população urbana dependia de programas assistenciais para sobreviver.
Uma realidade que aos poucos vai mudando.
A cidade onde o tempo parece passar em câmera lenta tem sua história começada a ser contada há mais de 150 anos.
De acordo com antigos documentos, o Inhacorá seria uma grande fazenda, que foi doada pelo Estado a um Capitão do Exército, pelos serviços prestados à nação, durante a Guerra do Paraguai (1865 a 1870).
A área compreendia uma enorme extensão de terra, que compreendia parte do Município de Chiapeta, e Alegria, Independência, Três de Maio, Giruá, Catuípe e Santo Augusto, atuais limites fronteiriços de Inhacorá.
O povoamento começou, quando o Capitão, que não gostava de solidão, doou parte de suas terras a colonizadores.
A terra era habitada por índios que a chamavam de “Inhacorá”, que em guarani significa “campo cercado pela natureza”.
O povoado se formou à margem do Lageado Engenho.
A população foi aos poucos crescendo na localidade.
Foram criadas três casas comerciais, que deram o apelido de “Três Vendas do Inhacorá” ao local.
Naquela época, a principal atividade dos pioneiros foi a indústria.
O comércio e da agricultura de subsistência completava o ciclo econômico local.
Durante os 100 primeiros anos, até 1961, o distrito pertenceu a Santo Ângelo.
A partir daí, com a emancipação de Catuípe, passou a pertencer ao novo município.
De 1961 até dezembro de 1986, foi segundo distrito de Catuípe; e a partir daquela data, foi anexado ao Município de Chiapeta.
Seis anos mais tarde, em 1992, a localidade viria ser elevada à categoria de município.
Nessas quase três décadas de história, o município foi basicamente administrado por dois grupos políticos, cuja hegemonia foi quebrada nas últimas eleições, após a cidade ter sido palco de tórridas disputas pelo poder local.
Na última eleição municipal só houve um candidato ao executivo, e apenas um candidato se apresentou para cada vaga no legislativo. O caso ganhou repercussão nacional após questionamento da justiça eleitoral. Quando tudo, aparentemente foi resolvido.
Agora, a cidade se prepara para o futuro.
Aliás, a sobrevida do município depende fortemente de ações mais enérgicas nas áreas sociais e de geração de empregos.
Com as propriedades rurais cada vez maiores e mecanizadas, a população jovem tem buscado outros centros, em busca de educação e emprego, promovendo o esvaziamento populacional da cidade.
Esse desafio vem sendo enfrentado com a atração de mais empresas, principalmente agroindústrias, para absorver a mão-de-obra da população jovem.
A implantação de novas frentes no campo, como a suinocultura, também se apresenta como alternativa à essa questão.
A atividade econômica no município conta com a estrutura da Sicred Noroeste, com uma agencia para atender ao campo e a cidade com serviços e linhas de crédito acessíveis no local.
Na cidade onde o tempo não tem pressa, a corrida é pela qualidade de vida.
Inhacorá é uma cidade que vale a pena conhecer.