A Justiça do Rio Grande do Sul condenou o ex-diretor da Penitenciária Estadual de Rio Grande (PERG) a 25 anos, quatro meses e sete dias de prisão, em regime inicialmente fechado, por envolvimento em corrupção ativa e passiva e lavagem de capitais. A sentença é resultado das investigações da Operação PERG 2, deflagrada em julho de 2023 pelo GAECO/MPRS, que desmantelou um esquema criminoso operando dentro da casa prisional.
Segundo o Ministério Público, o ex-diretor facilitava a entrada de celulares, drogas e dinheiro no presídio, atuando como peça-chave de um braço de facção criminosa que também dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande. De acordo com as investigações, ele teria recebido mais de R$ 458 mil em propina entre maio de 2021 e fevereiro de 2023. Nesse mesmo período, o grupo criminoso teria movimentado quase R$ 4 milhões com o tráfico de drogas no interior da prisão.
Além da pena de prisão, o ex-diretor também foi condenado à perda de aproximadamente R$ 1,3 milhão em bens, ao confisco alargado do patrimônio ilícito, à perda do cargo público e à interdição para o exercício de qualquer função pública por um período equivalente ao dobro da pena imposta — ou seja, mais de 50 anos.
Outros dois apenados também foram condenados a penas superiores a 12 anos, igualmente em regime fechado.
O promotor Rogério Meirelles Caldas, coordenador da operação, destacou que esta foi apenas a primeira sentença de um total de seis ações penais contra o ex-diretor. Entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2023, ele movimentou mais de R$ 7 milhões em suas contas, valor incompatível com seu salário de servidor público.
“A condenação é exemplar e mostra o êxito da investigação e o comprometimento com a moralidade pública”, afirmou o promotor.
