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sexta-feira, outubro 4, 2024
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Fuga de investidores estrangeiros marca pior desempenho mensal da B3 desde 2018

Junho registra saída de R$ 4,23 bilhões da bolsa brasileira, refletindo cenário de pessimismo com desafios econômicos internos e externos.

Junho registrou movimentos mistos na bolsa brasileira, com investidores estrangeiros injetando recursos em nove das vinte sessões, mas o sentimento predominante foi de pessimismo. O mês terminou com a pior performance mensal desde 2018, refletindo uma fuga de capital que já superou os fluxos negativos observados durante o auge da pandemia de Covid-19 em 2020.

No último dia útil de junho, a B3 recebeu um aporte de R$ 606,65 milhões de investidores estrangeiros, mesmo com o Ibovespa registrando uma leve queda de 0,32%, fechando em 123.906,55 pontos. Embora tenha apresentado um ganho mensal de 1,48%, o primeiro semestre acumulou uma queda significativa de 7,66%, com um volume financeiro total negociado atingindo R$ 21,8 bilhões.

Ao longo do mês, os investidores estrangeiros retiraram R$ 4,23 bilhões da Bolsa, marcando o pior desempenho para o mês de junho desde 2018, de acordo com dados históricos compilados pelo Broadcast desde 2007. No acumulado do ano, o saldo negativo de capital estrangeiro atinge R$ 40,122 bilhões, o mais alto desde 2020, quando o Brasil enfrentava os primeiros impactos da pandemia, resultando em uma saída de R$ 76,504 bilhões nos primeiros seis meses.

Analistas consultados pelo Broadcast preveem que o fluxo negativo deve persistir nos próximos meses, devido à desvalorização do real em relação ao dólar, que alcançou R$ 5,58 em junho. Esse cenário é agravado pelas expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, não reduza as taxas de juros no curto prazo, combinado com desafios fiscais crescentes no Brasil, o que diminui o apetite dos investidores estrangeiros pelo país.

“Nos próximos meses, não esperamos um corte de juros nos Estados Unidos, e precisamos resolver nossos problemas fiscais. Portanto, no curto prazo, não é provável que os estrangeiros voltem ao Brasil”, afirmou Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos.

Fernando Siqueira, líder de pesquisa da Guide Investimentos, destacou a importância de o Brasil minimizar as incertezas e garantir um futuro presidente do Banco Central que inspire confiança. Eduardo Carlier, co-diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, observou que a maior parte da saída de investidores estrangeiros da B3 é impulsionada por fatores domésticos, em contraste com a tendência global onde predominam fatores externos.

“Estamos vendo uma situação contrária. Enquanto os indicadores nos Estados Unidos melhoram, refletindo-se em bolsas e taxas de juros americanas, o Brasil está seguindo na direção oposta”, afirmou Carlier.

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