Justiça peruana condena ex-presidente Ollanta Humala a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro​

Nesta terça-feira, 15 de abril de 2025, a Justiça do Peru condenou o ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. O casal foi considerado culpado por receber aproximadamente US$ 3 milhões em contribuições ilícitas da construtora brasileira Odebrecht e do governo venezuelano durante as campanhas presidenciais de Humala em 2006 e 2011. ​A sentença foi proferida pelo Tercer Juzgado Colegiado de la Corte Superior Nacional, após uma década de investigações e três anos de julgamento. Além da pena de prisão, o tribunal determinou que Humala e Heredia paguem 10 milhões de soles como reparação civil.Durante o julgamento, foi revelado que os fundos ilícitos foram utilizados para financiar as campanhas eleitorais de Humala, com o objetivo de beneficiar as empresas doadoras em contratos públicos. A Odebrecht, atualmente conhecida como Novonor, admitiu ter pago subornos a políticos peruanos em troca de favorecimento em contratos de obras públicas.Após a leitura da sentença, Humala foi detido e transferido para o presídio de Barbadillo, onde já cumprem pena outros ex-presidentes peruanos envolvidos em casos de corrupção. Nadine Heredia, por sua vez, solicitou asilo diplomático na Embaixada do Brasil em Lima, alegando perseguição política. ​Esta condenação marca Humala como o terceiro ex-presidente peruano a ser preso por envolvimento no escândalo de corrupção da Odebrecht, que abalou a política latino-americana nos últimos anos. O caso também envolveu os ex-presidentes Alejandro Toledo, condenado a 20 anos de prisão, e Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou ao cargo em meio a acusações de corrupção.A defesa de Humala anunciou que recorrerá da decisão, alegando que o processo foi politicamente motivado e que não há provas suficientes para sustentar a condenação. ​O escândalo da Odebrecht continua a ter repercussões significativas na política peruana, com vários políticos e empresários sendo investigados por envolvimento em esquemas de corrupção relacionados à construtora brasileira.