No último dia 9 de abril, a morte de uma bebê recém-nascida, após um parto complicado no Hospital Centenário, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, gerou grande comoção e levou à investigação de três médicas que atuavam no momento do nascimento. As profissionais foram afastadas de suas funções enquanto a Polícia Civil apura possíveis negligências.
A tragédia teve início na tarde de segunda-feira (7), quando a mãe, de 35 anos, chegou ao hospital com dores. A gestação era considerada de risco devido à diabete gestacional. Após exames, a equipe médica optou por induzir o parto, que deveria ocorrer normalmente, mas complicações surgiram durante o processo. A bebê pesava 5,3 kg, e após uma longa tentativa de parto normal, a situação se agravou. Segundo o relato do pai, o trabalho de parto se prolongou muito, e quando a criança começou a sair, a parte da cabeça ficou presa, gerando um pânico generalizado.
A situação se intensificou quando, conforme o pai, uma das médicas tentou liberar a bebê, pulando sobre a mãe, enquanto outra tentava puxá-la. A criança ficou por 10 minutos sem oxigênio e teve fraturas e lesões graves. Após tentativa de parto normal, foi realizado uma cesariana, e a bebê foi transferida para o Hospital Conceição, em Porto Alegre, onde veio a falecer por volta das 16h de quarta-feira.
A mãe também sofreu complicações durante o parto e precisou passar por uma cirurgia para retirada do útero. Ela segue internada em estado grave.
O Hospital Centenário, que informou que as médicas envolvidas são terceirizadas, abriu uma sindicância interna e colaborou com as investigações. O caso está sendo acompanhado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), que ainda não se manifestou oficialmente, pois ainda não foi notificado sobre a investigação.
A Polícia Civil, que apura se houve negligência, aguarda o envio do relatório de obstetrícia para dar continuidade à investigação. O delegado André Serrão explicou que o caso ainda não está sendo tratado como homicídio culposo, pois há necessidade de avaliar as circunstâncias detalhadas do parto.
O Hospital Centenário afirmou que está fornecendo todas as informações necessárias às autoridades e que o caso segue sendo analisado pela direção médica, comissão de ética e direção técnica da instituição. A defesa das médicas ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação.
Esse incidente levanta questões sobre a segurança e a responsabilidade em casos de partos de risco e expõe a complexidade do sistema de saúde quando a confiança é abalada em momentos de vulnerabilidade como o parto. O caso continua a ser investigado pelas autoridades competentes, enquanto os familiares da criança e a comunidade aguardam esclarecimentos sobre o ocorrido.