A decisão da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul de conceder a Medalha do Mérito Farroupilha ao líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, gerou uma onda de críticas de deputados e entidades ligadas ao agronegócio. A homenagem, marcada para 16 de dezembro, ocorre enquanto o MST intensifica suas ações no estado, com invasões recentes em propriedades produtivas nos municípios de Pedras Altas e Hulha Negra.
O deputado federal Zucco (PL), presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero, repudiou a iniciativa, classificando-a como um desrespeito aos produtores rurais e ao princípio da propriedade privada. “A tolerância para esse tipo de crime é zero no Rio Grande do Sul. A Brigada Militar já desocupou as áreas invadidas, mas o simbolismo dessa homenagem é inaceitável. Não podemos permitir retrocessos no combate às invasões”, declarou.
Repúdio Popular
O deputado estadual Capitão Martim (Republicanos) também manifestou indignação e anunciou a entrega de um documento com 25 mil assinaturas contrárias à homenagem. “Essa decisão é um incentivo ao desrespeito à propriedade privada e à segurança no campo. Stédile e seu movimento deveriam ser responsabilizados pelos seus atos, não exaltados”, afirmou.
Conexões Políticas e Investigação
A proposta de conceder a medalha partiu do deputado estadual Adão Pretto Filho (PT), ligado ao MST e irmão do presidente da Conab, Edegar Pretto, cotado para concorrer ao governo estadual em 2026. Enquanto isso, um inquérito foi aberto para investigar denúncias de uso de máquinas da prefeitura de Pedras Altas, administrada por um prefeito do PT, em apoio às invasões.
Impacto Político
A controvérsia ocorre em um momento de tensão no setor rural e pode se tornar um ponto central no debate político do estado. A homenagem a Stédile será vista como um teste para o alinhamento político e a resposta das instituições às pressões populares e às ações do MST.
