A pandemia e a estiagem derrubaram a economia do Rio Grande do Sul em 2020. Prejudicado pelos dois fatores, o Produto Interno Bruto (PIB) amargou queda de 7% no acumulado, indicam os dados divulgados na quarta-feira (17/03). Trata-se da maior retração já verificada ao final de um ano na série histórica do indicador, iniciada em 2002.
O Departamento de Economia e Estatística (DEE) é responsável pelo cálculo. O órgão está vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão.
Na largada de 2021, a economia sofre novamente com restrições geradas pela Covid-19. Diante da piora na pandemia, analistas frisam que a retomada segura dos negócios depende do avanço da vacinação contra o novo coronavírus.
Na prática, o PIB serve como termômetro da atividade econômica. Ou seja, reflete a soma dos serviços e bens produzidos em determinada região. Em valores correntes, alcançou R$ 473,41 bilhões no Rio Grande do Sul em 2020, equivalente a 6,4% do PIB nacional.
Em termos percentuais, o tombo gaúcho foi maior do que o nacional. É que, em 2020, o PIB brasileiro caiu 4,1%. A baixa menor no país pode ser explicada, em parte, pela ausência de uma seca como a registrada nas lavouras do Estado.
— É a estiagem que explica a diferença — apontou o pesquisador do DEE, Martinho Lazzari, durante a apresentação do levantamento.
Se serve de alívio para o Rio Grande do Sul, a economia local voltou a ter desempenho positivo nos últimos meses de 2020. Conforme o DEE, o PIB estadual subiu 2,7% no quarto trimestre do ano passado, frente aos três meses imediatamente anteriores. Foi a segunda alta consecutiva nessa base de comparação.
Por outro lado, se comparada a igual período de 2019, a economia gaúcha seguiu no vermelho. Ante o quarto trimestre do ano anterior, o PIB caiu 2,1%.