O Plano Safra 2024/2025, anunciado nesta quarta-feira (3) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta críticas de entidades e lideranças do setor empresarial agrícola. O plano prevê a liberação de R$ 476,5 bilhões para a agricultura, divididos entre R$ 76 bilhões para a agricultura familiar e R$ 400,5 bilhões para a agricultura empresarial.
Para o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, dois pontos preocupam. Primeiro, a efetiva disponibilidade dos recursos anunciados. Segundo ele, o Plano Safra 2023/2024 não entregou os R$ 435 bilhões prometidos, disponibilizando apenas R$ 369,2 bilhões, uma queda de 15%. A maior preocupação de da Luz é com os recursos oferecidos com taxa de juro controlada pelo governo, que caíram 12%.
Maurício Buffon, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), compartilha dessa preocupação, destacando que a maior parte dos recursos não tem equalização de taxa de juros. Ele critica a falta de apoio governamental em um ano desafiador para o setor e aponta o atraso no lançamento do planejamento agrícola como prejudicial ao planejamento financeiro dos produtores e instituições.
Por outro lado, o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, aprovou a redução de um ponto percentual na taxa de juro do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras, que passou de 12,5% para 11,5%. Embora desejasse uma redução maior, Bier considera a medida positiva para incentivar as compras pelos produtores.
