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Prefeitura de Santa Maria Inicia Construção de Memorial da Boate Kiss 11 Anos Após Tragédia

Cerimônia marca início das obras que homenagearão as 242 vítimas fatais do incêndio, com prazo de entrega previsto para oito meses.

A Prefeitura de Santa Maria, na Região Central do Estado, realizou nesta quarta-feira (10) um evento para marcar o início da construção de um memorial no local onde funcionava a Boate Kiss, a casa noturna que pegou fogo na madrugada de 27 de janeiro de 2013, resultando em 242 vítimas fatais e 636 feridos. As obras começaram 11 anos após a tragédia.

Às 9h, um ato simbólico marcou o início das obras, com a remoção do letreiro e da porta principal. Familiares das vítimas, sobreviventes, agentes públicos e moradores de Santa Maria estiveram presentes. Os trabalhos estão previstos para durar até as 17h.

A primeira etapa das obras inclui:

  • Definição dos itens que farão parte do acervo do memorial da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM);
  • Remoção do telhado;
  • Classificação dos resíduos no local para retirada por uma empresa especializada;
  • Abertura de um espaço na entrada central para a entrada de máquinas.

Nos últimos dias, a empresa responsável já havia removido alguns itens e colocado tapumes em torno da fachada. O prazo para a entrega do memorial é de oito meses.

O memorial terá uma área de 383,65 metros quadrados, com três salas: um auditório para 142 pessoas, uma sala multiuso e uma sala que será a sede da AVTSM. Além disso, o espaço contará com um jardim circular central sustentado por 242 pilares de madeira, representando cada uma das vítimas. Cada pilar terá o nome da vítima e um suporte para flores.

Relembre o Caso Kiss

Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, um incêndio atingiu a boate Kiss, no centro de Santa Maria. Ao todo, 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas quando fagulhas de um artefato pirotécnico atingiram a espuma acústica que revestia o teto da casa noturna.

Uma fumaça tóxica rapidamente se espalhou, asfixiando muitas pessoas. Na época, 28 pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil, mas apenas 4 foram denunciadas pelo Ministério Público.

Em dezembro de 2021, o tribunal do júri condenou os quatro réus:

  • Elissandro Callegaro Spohr (empresário e sócio da casa noturna): 22 anos e seis meses de reclusão;
  • Mauro Londero Hoffmann (empresário e sócio da casa noturna): 19 anos e seis meses de reclusão;
  • Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista da banda Gurizada Fandangueira que acionou o artefato pirotécnico): 18 anos de reclusão;
  • Luciano Augusto Bonilha Leão (ajudante da banda que comprou e ativou o artefato pirotécnico): 18 anos de reclusão.

No entanto, em 3 de agosto de 2022, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) anulou o júri, alegando irregularidades na escolha dos jurados, reunião entre o juiz presidente do júri e os jurados, ilegalidades nos quesitos elaborados e suposta mudança da acusação na réplica, o que não é permitido.

Em 5 de setembro de 2023, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a anulação do júri por quatro votos a um. Em maio deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o restabelecimento da condenação dos quatro réus, alegando que as nulidades apontadas pelo TJ-RS não causaram prejuízo aos acusados.

Os quatro réus aguardam novo julgamento em liberdade.

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