O Rio Grande do Sul já deu o primeiro passo rumo ao terceiro ano consecutivo de quedas recordes nos índices de criminalidade. Depois de consolidar, entre 2019 e 2020, a menor taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes da década, o Estado encerrou o primeiro mês de 2021 com nova retração.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (11) pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) mostram que o número de vítimas de assassinatos caiu 11,4% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de 158 para 140.
É o menor total para o mês desde 2007, quando houve 138 homicídios. Em relação a 2018, último ano antes da atual gestão estadual, que teve 233 vítimas no primeiro mês, a queda é de 39,9%. Na comparação com o pico da série histórica, com 348 homicídios em 2017, o dado deste ano representa redução acima da metade – 59,8%.
“O aprofundamento da queda nos indicadores criminais é reflexo da prioridade com que tratamos a Segurança Pública. Com base nas três premissas do RS Seguro – integração, inteligência e investimento qualificado –, reequipamos as polícias com mais de 1,4 mil novas armas, 14 mil coletes e 740 veículos nos últimos dois anos. Entregamos recentemente cerca de 100 viaturas semiblindadas, as primeiras da história do RS compradas pelo Estado para uso na rotina de policiamento, o que será padrão a partir de agora. Mantivemos as convocações para reposição programada de efetivo. Só no ano passado, foram 1,3 mil novos servidores, e neste ano, vão ingressar mais 3,1 mil. Eles se somam ao contingente de abnegados homens e mulheres que concretizam a estratégia para ampliar a proteção dos gaúchos”, afirmou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior.
A estratégia de foco territorial determinado pelo RS Seguro se mantém como fator fundamental para puxar a queda no total de homicídios no Estado. Entre 10 maiores reduções verificadas em janeiro, nove ocorreram em municípios que integram o grupo de 23 cidades priorizadas pelo programa.
Outra evidência do peso das ações executadas com base no acompanhamento realizado pela GESeg (Gestão de Estatística em Segurança) é o fato de que em 17 dos 23 municípios houve retração ou estabilidade no total de vítimas no mês, na comparação com janeiro de 2020. Esteio, Sapucaia do Sul e Lajeado fecharam os 31 primeiros dias de 2021 com zero homicídios.
Em Porto Alegre, que já havia chegado ao menor total de vítimas de assassinato desde 2010, o resultado de janeiro também atesta o aprofundamento das reduções. Foram 22 mortes frente às 25 registradas no mesmo mês do ano passado, o que representa retração de 12%. Na comparação com o pico da série histórica, quando a Capital vivenciou o pior cenário de violência da década, com 105 homicídios, o dado atual significa queda de 79% e 83 mortes a menos.
Latrocínios têm retração de 20% no RS
Assim como os homicídios, os roubos com morte no Estado também mantiveram em janeiro a tendência de redução verificada nos últimos dois anos. O número de latrocínios caiu de cinco no primeiro mês de 2020 para quatro no mês passado, o que representa retração de 20% e o menor total desde 2008, quando houve três casos.
O dado também significa uma queda pela metade em relação ao total do último ano antes da atual gestão, quando foram registrados oito latrocínios. Comparados com o pico da série histórica, em 2017, quando o Estado teve 25 ocorrências de roubo com morte em janeiro, os quatro casos neste ano equivalem a uma redução de 84%.
O latrocínio é um crime cuja ocorrência depende de uma série de fatores circunstanciais – possível reação da vítima, ação surpreendida por testemunhas, consciência do assaltante alterada por uso de entorpecentes e até mesmo eventual nervosismo do criminoso, entre outros.
Na avaliação de autoridades das forças de segurança, os principais fatores que explicam a tendência de redução verificada ao longo dos últimos dois anos estão a intensificação nas ações de patrulhamento ostensivo pela Brigada Militar e a investigação qualificada pela Polícia Civil, com resulta em mais de 90% de índice de resolução desse tipo de delito.
Na Capital, que em janeiro de 2020 havia zerado o indicador de latrocínio, houve um caso no primeiro mês deste ano. Em relação ao pico da série histórica, com seis roubos com mortes na Capital em janeiro de 2013, o dado de 2021 equivale à queda de 83,3%.