O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação sobre uma licitação de R$ 16,5 bilhões realizada pela Petrobras, envolvendo a construção e o afretamento de 12 embarcações do tipo PSV (Platform Supply Vessel). A apuração foi motivada por uma denúncia da Associação Brasileira dos Usuários dos Portos, de Transportes e da Logística (Logística Brasil), que aponta possíveis irregularidades no processo licitatório.
Acusações de Favorecimento
De acordo com a denúncia, apresentada em dezembro de 2024, os critérios da licitação foram alterados pouco antes da entrega das propostas. A Logística Brasil afirma que essas mudanças beneficiaram empresas que possuem estaleiros próprios, prejudicando a competitividade de companhias que dependem de terceirização na construção das embarcações.
As vencedoras do certame foram as empresas Bram Offshore e Starnav, ambas atuantes no setor marítimo.
Defesa da Petrobras
Em nota, a Petrobras negou irregularidades e declarou que o processo seguiu todos os requisitos legais e internos. A estatal destacou que o edital foi estruturado para garantir competitividade, economicidade e alinhamento às necessidades operacionais.
“A Petrobras informa que está à disposição para esclarecer as questões levantadas pelos órgãos de controle”, afirmou a empresa.
A estatal também ressaltou que a licitação contou com a participação de sete empresas, que tiveram oportunidades iguais para questionar o edital e obter esclarecimentos.
Atuação do TCU
O TCU, sob a supervisão do ministro Walton Alencar, avalia as denúncias e os critérios utilizados pela Petrobras no julgamento das propostas. Caso sejam confirmadas irregularidades, os contratos com a Bram Offshore e a Starnav podem ser impactados.
A análise inclui a verificação de eventuais alterações no edital que possam ter restringido a competitividade, contrariando princípios de transparência e isonomia.
Impactos e Repercussões
A investigação ocorre em um contexto de elevado escrutínio sobre a gestão da Petrobras, frequentemente envolvida em controvérsias relacionadas a processos licitatórios.
O caso reacende o debate sobre concorrência leal em licitações públicas e a necessidade de critérios transparentes que garantam igualdade de condições para todas as empresas participantes.
A apuração pelo TCU pode influenciar a execução dos contratos bilionários e gerar novos questionamentos sobre a governança da estatal, destacando a importância de mecanismos de controle para proteger o interesse público em grandes contratos.