O ex-presidente Michel Temer (MDB) respondeu nesta quinta-feira (9) às declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que classificou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) como um “golpe”. Temer considerou as afirmações de Lula uma “bobagem” e criticou o tom das declarações, afirmando que elas promovem divisão no país.
– É uma bobagem o que ele falou, coitado. Não é bom. Ontem eu dizia que não queria fazer comentário, porque o comentário ajuda a divisão do país. Essa fala é uma fala divisionista. Foi uma infelicidade dele – afirmou Temer, minimizando a acusação.
Declarações de Lula
As críticas de Lula foram feitas durante um evento no Palácio do Planalto, onde reinaugurou a galeria de ex-presidentes, que havia sido destruída nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Durante a visita, Lula voltou a destacar sua visão sobre os eventos que levaram à destituição de Dilma Rousseff e à eleição de Jair Bolsonaro (PL).
– O que eu quero é que conte a história: a Dilma foi eleita, foi reeleita, depois sofreu impeachment, que foi um golpe. Depois esse aqui [apontando para Michel Temer] não foi eleito. Esse aqui tomou posse em função do impeachment da Dilma, tá? Depois, esse aqui [apontando para Jair Bolsonaro] foi eleito em função das mentiras. É isso que tem que contar – disse o petista.
O debate sobre o impeachment
O impeachment de Dilma Rousseff, aprovado em 2016 pelo Congresso Nacional, ainda é motivo de divergência política no Brasil. Para os críticos, como Lula, o processo foi um golpe disfarçado, que afastou Dilma sem comprovação de crimes graves. Por outro lado, defensores do impeachment, incluindo Michel Temer, afirmam que a destituição foi conduzida de forma legítima e de acordo com a Constituição.
As declarações de ambos reforçam o clima de polarização política no país e reacendem debates sobre os eventos que marcaram o cenário político brasileiro na última década.
