A inadimplência da Venezuela com o governo brasileiro continua crescendo. Apenas no primeiro trimestre de 2025, o valor da dívida aumentou em US$ 53 milhões — o equivalente a R$ 311 milhões na cotação atual (R$ 5,87 por dólar), segundo dados divulgados pelo Ministério da Fazenda.
Com o novo acréscimo, o montante total devido por Caracas chega a US$ 1,766 bilhão, ou R$ 10,369 bilhões em moeda nacional. A maior parte desse valor é composta por juros de mora, já que o país vizinho não realiza os pagamentos acordados com o Tesouro Nacional.
Dívida subiu mais de US$ 500 milhões desde 2023
Em maio de 2023, quando o presidente Nicolás Maduro foi recebido em Brasília com honras de chefe de Estado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a dívida venezuelana estava em US$ 1,27 bilhão. De lá para cá, o valor aumentou mais de US$ 500 milhões, mesmo após a criação de uma mesa técnica de negociação entre os dois países, instalada em julho de 2023.
Essas negociações, que envolvem técnicos do Ministério da Fazenda e autoridades venezuelanas, visavam à reprogramação do pagamento da dívida, oriunda de financiamentos à exportação de bens e serviços brasileiros garantidos pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE). No entanto, nenhum acordo foi fechado até o momento.
Impacto fiscal e pressão por respostas
A falta de solução vem gerando críticas crescentes à política de reaproximação com a Venezuela. Parlamentares da oposição cobram maior transparência nas negociações e alertam para os impactos diretos da inadimplência sobre os cofres públicos e o contribuinte brasileiro.
Enquanto o impasse persiste, o Brasil continua arcando com os prejuízos de garantias dadas no passado, sem perspectiva clara de recuperar os valores emprestados. O cenário também coloca em xeque a efetividade da diplomacia econômica do governo federal junto a regimes considerados de difícil interlocução.
