O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) divulgou um parecer indicando que não encontrou evidências de ilegalidade nas operações financeiras do cantor Gusttavo Lima. A defesa do sertanejo afirmou que o parecer “reflete a convicção de que o artista e suas empresas não cometeram nenhum crime”.
Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco em 15 de setembro por lavagem de dinheiro relacionada a jogos ilegais e organização criminosa. Em 23 de setembro, a Justiça decretou sua prisão preventiva, mas a ordem foi revogada no dia seguinte pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, embora a investigação siga em curso.
A manifestação do MP-PE se relaciona a um processo que discute medidas cautelares patrimoniais contra a empresa do cantor, tramitando na 12ª Vara Criminal de Recife. O parecer foi anexado pela defesa a um habeas corpus também em análise na Justiça. A decisão sobre o mérito do habeas corpus ainda está pendente.
Segundo o MP-PE, os indícios de lavagem de dinheiro contra Gusttavo Lima são frágeis. Um dos principais elementos citados foram dois pagamentos significativos — R$ 4.947.400,00 e R$ 4.819.200,00 — feitos pela empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos à Balada Eventos e Produções Ltda. do cantor. No entanto, o relatório do MP esclarece que esses valores estão relacionados à compra de uma aeronave Cessna Aircraft.
Além disso, foram encontrados R$ 112.309, 1.005 dólares, 5.720 euros e 5.925 libras no cofre da empresa do cantor. O MP-PE argumentou que a apreensão desses valores, sem informações sobre sua origem, não justifica a conclusão de que seriam provenientes de atividades ilegais.
O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, responsável pela revogação da prisão preventiva, já havia criticado as justificativas apresentadas pela juíza que decretou a detenção do cantor, afirmando que eram “meras ilações” e que não havia fundamentação suficiente para sustentar as acusações.
A defesa de Gusttavo Lima reiterou que o parecer do MP confirma a legalidade de suas operações comerciais, destacando que todas foram realizadas com contratos e comprovantes bancários. Eles também afirmaram que os valores apreendidos não estão relacionados a jogos ilegais e que já foram enviados à Justiça extratos bancários que demonstram que o dinheiro é fruto de saques da conta da empresa.
A Justiça ainda não se pronunciou sobre o parecer do MP-PE.