Região em que a ovinocultura faz parte das raízes históricas, as Missões sediaram neste mês de outubro capacitações sobre curtimento de peles ovinas, promovidas pela Emater/RS-Ascar. O curso foi realizado em duas etapas, com intervalo de uma semana, para finalização do processo de curtimento. Nos dias 22 e 29 os extensionistas e pecuaristas foram recepcionados na propriedade de Jorge e Nara Ramos em Garruchos, e no dia 23 a capacitação foi realizada junto à propriedade de Rosalina Medeiros da Cunha, em São Nicolau, onde será concluída nesta quinta-feira (31/10).
A assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar Lisete Primaz explica que a proposta é que as orientações obtidas por extensionistas dos municípios de Santo Antônio das Missões, São Miguel das Missões, Garruchos, Bossoroca, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, Caibaté e Dezesseis de Novembro, que participaram da capacitação, sejam compartilhadas com os pecuaristas locais, de modo que possam qualificar aspectos como a segurança e soberania alimentar, sanidade animal e geração de renda, a partir do potencial existente na região.
A assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, Elusa Andrade, a extensionista de Cerro Branco, Cristina Renner Karsburg, e a extensionista de Novos Cabrais, Flávia Glassenap Borstmann, apresentaram de forma prática orientações para o processo de curtimento, que consiste na conservação do tecido gelatinoso da pele, em uma substância forte, estável e imputrescível, chamada couro, e que após retoques finais de tingimento, engraxamento e acabamento, encontra largo emprego comercial. Popularmente, um dos seus principais subprodutos é conhecido como pelego.
De acordo com a Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2024, organizada pela equipe do Departamento de Governança dos Sistemas Produtivos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), o RS possui um rebanho declarado de 3,16 milhões de ovinos, sendo que estes são destinados principalmente para a produção de carne (253,1 mil animais enviados ao abate em 2023) e de lã (8,47 milhões de quilos em um ano). Os dados apontam para um importante potencial de aproveitamento da atividade para a geração diversificada de renda.