O governo da Argentina anunciou nesta sexta-feira (11/4) o fim das restrições para a compra de dólares por pessoas físicas, encerrando oficialmente o controle cambial que vigorava há seis anos, desde 2019. A medida foi anunciada pelo ministro da Economia, Luis Caputo, após o país sacramentar um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo Caputo, o controle cambial vinha limitando o funcionamento normal da economia e sua eliminação representa mais um passo do governo de Javier Milei na direção de uma política econômica mais liberal. A partir de segunda-feira (14/4), argentinos poderão comprar dólares no mercado oficial sem limites nem cobrança de impostos – com exceção das operações relacionadas a turismo e gastos no exterior, que seguirão com a taxa de 30% do “dólar turismo”.
O Banco Central da Argentina também anunciou que permitirá a negociação do peso argentino entre 1.000 e 1.400 por dólar, o que pode implicar intervenção no mercado para conter volatilidade. A medida é facilitada pelo desembolso de US$ 15 bilhões do FMI, parte do acordo firmado nesta semana, que reforçará as reservas cambiais do país.
No mercado paralelo, o dólar vinha sendo negociado a cerca de 1.341 pesos, refletindo a desvalorização da moeda local e a falta de confiança no sistema oficial sob o antigo regime de restrições.
A expectativa do governo Milei é que o fim do controle cambial atraia investimentos estrangeiros, represados diante da instabilidade cambial e da ausência de previsibilidade econômica. “Acabar com o controle cambial neste contexto macroeconômico de ordem fiscal e monetária fará com que entrem investimentos que estavam à espera”, declarou Caputo.
A medida marca um dos passos mais significativos do governo Milei em sua tentativa de reconstruir a confiança dos mercados internacionais e destravar o crescimento econômico argentino.