Contra a desobediência da população, a prefeitura de Caxias do Sul recolhe os bancos de praça

Fonte: O SUL/ Marcello Campos

Diante do comportamento de vários cidadãos em não seguir as diretrizes sanitárias de não permanência em espaços públicos de lazer, a prefeitura de Caxias do Sul (Serra Gaúcha) optou por recolher os bancos de praças como a Dante Alighieri, na área central da cidade. A estratégia deve prosseguir pelos próximos dias, por tempo indeterminado.

De acordo com a administração municipal, a medida foi necessária para evitar aglomerações de pessoas, um dos principais fatores de risco para o contágio por coronavírus. A teimosia no desrespeito às normas estaria partindo, inclusive de muitos idosos, segmento populacional mais atingido pela Covid até agora, em todo o planeta.

Segunda cidade mais populosa do Estado (quase 518 mil habitantes), Caxias do Sul acumula 32.340 testes positivos de coronavírus em pouco mais de um ano de pandemia, o que coloca a cidade em segundo lugar no ranking gaúcho de casos confirmados, liderado por Porto Alegre. Já o número de perdas humanas causadas pela doença é de 554, terceiro maior no Estado – perdendo apenas para a Capital e Canoas.

Fake news

O prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e prometeu acionar a Justiça contra o autor de áudio compartilhado no aplicativo WhatsApp e o acusa de se negar a receber ajuda de empresários para problemas de saúde pública decorrentes da pandemia. A informação é falsa, garante o chefe do Executivo.

“Em momento algum, o prefeito teve a conversa citada em áudio com o presidente do Sindigêneros [Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Rio Grande do Sul], Eduardo Slomp, que igualmente não sofreu a alegada isquemia, menos ainda a hospitalização”, afirma um comunicado no site do Executivo municipal.

O texto prossegue: “Basta um contato com o empresário, um dos diretores da rede MultiMercados, para tomar conhecimento de que o áudio contém informações falsas, mentirosas, irresponsáveis e ofensivas aos gestores públicos”.

Ainda segundo ele, a prefeitura está colaborando com um movimento liderado por sindicatos empresariais da indústria, para investir recursos próprios na unidade básica de saúde (UBS) São Vicente, a fim de torná-la referência no tratamento de pacientes com sintomas leves de coronavírus:

“Desde o primeiro momento, a Administração Municipal se empenhou em trabalhar junto com os dirigentes das duas entidades empresariais para tornar a proposta uma realidade no prazo de tempo mais curto. Espera-se que isto ocorra já no decorrer da próxima semana”.

Outro trecho da resposta do prefeito ressalta que as próprias entidades empresariais reagiram com indignação ao áudio que circula no WhatsApp. “Jamais o prefeito e os gestores da saúde abririam mão da colaboração de qualquer segmento que se prontifique a auxiliar neste momento de dificuldades nunca antes enfrentadas”, finaliza.