É Semana Farroupilha! Orgulho para todos os gaúchos  

Quase todos nós, gaúchos, nascidos no Rio Grande do Sul (ou gaúchos de coração, que, por “descuido”, acabaram nascendo em outro lugar), sabemos que 20 de setembro é feriado e dia de festa no nosso Estado. Mas nem todos sabem por que, e o motivo de comemorar, tantos festejos pelo Rio Grande.

Na verdade, o 20 de setembro faz parte da Semana Farroupilha. A data de 20 de setembro é referenciada como o Dia do Gaúcho, feriado em todo o Rio Grande do Sul, e remete ao início da Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, ocorrida em 20 de setembro de 1835. Os livros históricos de Érico Veríssimo, como a trilogia O tempo e o vento, falam dessa época de heróis, heroínas e gente da nossa terra, gente simples e de coragem, de tradição e sacrifício. Capitão Rodrigo e Ana Terra, por exemplo, fazem parte do “panteão” desses ícones da ficção, não só de Érico Veríssimo, como João Simões Lopes Neto e outros autores. É possível que algumas destas personagens tenham de fato existido, de forma semelhante, na vida real. Outros, como Anita e Giuseppe Garibaldi e alguns generais, são referências da realidade da época, combatendo com os farroupilhas e ainda na unificação da Itália.

A Revolução Farroupilha foi a guerra civil mas duradoura da história do Brasil: foram 10 anos (Decênio Heroico – 1835 a 1845). Seu cenário mais importante foi exatamente o Rio Grande do Sul, e o Dia do Gaúcho, 20 de setembro, é uma comemoração aos heróis desse conflito, sancionado pelo Decreto Estadual n. 36.180 de setembro de 1995.

A Semana Farroupilha

A Semana Farroupilha vai, oficialmente, de 7 a 20 de setembro, e é a festa mais popular do Rio Grande do Sul. Há eventos por toda parte no território gaúcho, e entre gaúchos.

O dia 20 de setembro, mencionado no hino oficial do Rio Grande do Sul, é o ápice da Semana Farroupilha, que relembra a revolta regional diante do Governo Imperial do Brasil: os sulistas pretendiam se separar do Império do Brasil. E por que “farroupilha”? Pelos farrapos que seus soldados vestiam. Após um acordo de paz entre os envolvidos, a revolução teve seu fim em 1º de maio de 1845.

Então, na Semana Farroupilha (época dedicada ao marco da Revolução Farroupilha, liderada pelo gaúcho Bento Gonçalves, no século XIX), ocorrem vários eventos comemorativos por todo o Rio Grande do Sul, desde nas escolas, até faculdades e principalmente CTGs – Centros de Tradição Gaúcha, mais vivos do que nunca. A “gauchada” se “pilcha” de chapéu, bombacha, lenço, guaiaca, botas, vestidos de prenda etc., canta suas músicas nativistas e gauchescas (há muitas bandas de música tradicional gaúcha, como “Os Farrapos”, e cantores lendários como Luiz Marenco), dança, faz churrasco (tipicamente gaúcho), há concursos de prenda e gaúcho, poesia, canto…

É clima de festejo, de amizade, de orgulho gaúcho.

Aqui, não estou me referindo a qualquer tipo de supremacia do povo “gaudério”, mas ao orgulho intrínseco que povoa, culturalmente, a maioria dos gaúchos por sua terra que foi cenário de tantas batalhas e conquistas.

Nasceram aqui figuras importantes como Getúlio Vargas, Luís Carlos Prestes, General Osório, Érico Veríssimo, Mário Quintana, Lya Luft, Elis Regina, o cardeal Vicente Scherer, e muitos outros (Gisele Bündchen, que sempre procura mostrar suas raízes, como a modelo mais famosa da História).

O povo gaúcho é conhecido por ser aguerrido (e até “teimoso”, na visão de alguns), batalhador, trabalhador, e manter suas tradições como o chimarrão (ou “mate”), a música típica gauchesca, a recitação de poemas, as danças folclóricas, o sotaque inconfundível, com palavras próprias como “tchê”, ditados como “frio de renguear cusco” e “me caiu os butiá do bolso”, e a mais famosa, a interjeição “bah!”, que pode ter vários significados, da surpresa à lamentação ou até alegria. Mas bah, tchê!

Comemore, gaúcho e gaúcha, e você, que não é gaúcho, procure conhecer mais sobre uma das culturas mais proeminentes do nosso país, suas raízes e festividades. Há desde um vocabulário próprio, citado nas músicas, poemas e até no cotidiano, como comentado acima, até vestimentas e instrumentos específicos, sempre atrelados ao cavalo, ao campo e à bravura e honra.

“Foi o vinte de setembro / o precursor da liberdade / mostremos valor, constância” – Hino do Rio Grande do Sul, Wilson Paim.

Até breve!

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