O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, embarcou nesta segunda-feira para os Emirados Árabes, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na comitiva que participará da 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-28). Além de sua presença na viagem, a atenção está voltada para a possível nomeação de Lewandowski para assumir o Ministério da Justiça.
Lula e Lewandowski possuem uma relação próxima, evidenciada pelo histórico de apreço que o presidente demonstra pelo ex-ministro do STF. Lewandowski, que deixou o STF em abril ao completar 75 anos, é considerado um dos nomes cotados para ocupar o cargo no Ministério da Justiça, que atualmente é ocupado por Flávio Dino, indicado para o Supremo Tribunal Federal.
Durante a viagem, Lula pretende dialogar com Lewandowski sobre a possibilidade de dividir o Ministério da Justiça, criando assim a pasta da Segurança Pública. No entanto, ainda não há consenso sobre essa divisão dentro do governo.
No interior do Partido dos Trabalhadores (PT), outros nomes são mencionados como possíveis substitutos de Flávio Dino. Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), e Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, estão entre as opções. Dino, por sua vez, indica o secretário executivo Ricardo Capelli como seu sucessor.
Há também especulações sobre a possível candidatura da ministra do Planejamento, Simone Tebet, para o cargo de Dino. A proposta, no entanto, sugere a separação da Segurança Pública da pasta da Justiça. A indicação de Tebet foi ventilada como uma estratégia para colocar um nome técnico no Planejamento.
A escolha de Flávio Dino para o Supremo gerou desconforto dentro do PT, que buscava emplacar Jorge Messias como o novo ministro da Justiça. Dino é visto como adversário político pelo partido, especialmente desde seus tempos como governador do Maranhão.
Nos bastidores, membros do PT observam que, mesmo no STF, nada impede que Dino deixe a Corte para concorrer à Presidência da República em 2030. A decisão de Lula de escolher Dino é interpretada como uma confiança no governador do Maranhão, além de ser vista como uma forma de contemplar os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que apoiaram as indicações de Dino para o STF e do subprocurador Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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