“Justiça marca audiência entre Jojo Todynho e PT após acusação de difamação feita pelo partido.” Sim, você leu certo, vi em uma notícia por aí. Jojo Todynho, celebridade brasileira que nasceu pobre, preta, sem futuro, mas venceu na vida, fez críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e foi intimada pela Justiça. Isso contraria, de forma não apenas clara mas escandalosa, a liberdade de expressão política, ideológica e artística da Constituição Federal do Brasil. É um circo macabro e tosco o que vivemos no Brasil, e o mundo inteiro já aborda o assunto sem muitas “papas-na-língua”: existe censura e perseguição política na “democracia” tupiniquim.
Não quero me alongar sobre Jojo Todynho: ela apenas exerceu seu direito de eleitora, chefe dos políticos pagos com impostos e recursos do povo em uma democracia, de vigiar e criticar, quando achar necessário, o governo que está lá exatamente pela permissão do povo através do voto. Quero, antes, lamentar a situação que nos parece de assombros ditatoriais que vivemos.
“Não é perseguição política, é proteção à democracia e a ataques contra a honra (que honra, sinceramente, dada a historicidade recente) do governo brasileiro.” Ok. Não, não está ok. Eu, você, todos nós que votamos e sustentamos a maior máquina política do mundo, com déficit e rombo do PIB recordes, temos o direito de cobrar nossos funcionários. Ah, não é perseguição política. É justiça, é democracia, é combate à “desinformação” e “Fake News”, essas pérolas politizadas que parecem ter lado ideológico.
Indique-me um único partidário de Esquerda punido por desinformação ou Fake News, ou mesmo acusado de tal ato formalmente pelo governo. Até o cara que fez greve de fome parece que vai se safar. Até o cara da rachadinha que agrediu a mulher não vai devolver R$ 31 milhões e ainda se passa pano no caso de violência a mulher.
Logo você, PT, que diz proteger as minorias. Logo você que permitiu a maior endemia de dengue da história do Brasil, incinerando três vezes mais remédios e vacinas vencidos que na pandemia. Logo você que cortou bruscamente verbas de Saúde, Educação, até mesmo prevenção de desastres naturais. Logo você que rasga dinheiro com emendas sem transparência, já ditas secretas, para que uma pessoa escolhida, iluminada por iluministros, escolha o que votar e vetar na Câmara, outra no Senado.
Isso aí nem é democracia, no regime democrático os votos da maioria vencem e pronto, não há uma autoridade que possa barrar ou passar pautas, destinos, o futuro do Brasil.
Que vergonha.
O pior é que não existe mais Lei no Brasil. Você pode esfregar na cara de qualquer pessoa óvea por aí a Constituição Federal do Brasil, no que se refere a liberdade de expressão, conceitos básicos de democracia e a necessária separação atualmente inexistente entre os três poderes (Judiciário, por exemplo, não legisla, apenas julga leis já estabelecidas, e Congresso Nacional legisla, mas onde estão?). Não adianta. Manda quem pode mandar. Obedece, sob ameaças e sanções, quem tem juízo.
Com sorte, no futuro estes déspotas não serão mais que notas de rodapé detestáveis em nossos livros de História.
Eles (você sabe quem?), que se aliam a ditaduras e golpes como da Venezuela, mas condenam golpes “supostos”, validam delações sob ameaças até à família do delator, eles que são réu, relator de juiz ao mesmo tempo, que apagaram ou omitiram as imagens dos dias 7, 8 e 9 do “golpe de Estado suposto provável deduzido mas que não ocorreu de fato”, e intenção não é crime, ainda mais sem ação cabal.
Direi, se um dia tiver, aos meus netos: “Esqueçam. Foram pessoas pequenas exatamente por se acharem muito grandes. Impérios muito maiores caíram assim”. Direi: “Desculpem-nos, não pudemos fazer nada”. Ou ainda podemos? Como, se seremos presos em flagrante ao chamar um político de “ladrão”, um condenado em terceira instância na Justiça Comum e descondenado sem qualquer impessoalidade por seus indicados e, conforme Janja, a Faraona perdulária, “parceiros”?
Façam-me o favor. Que vergonha ser essa Banânia. Que vergonha vender a honra que alegam ter e proteger (há! cada um pensa o que quer, todos temos uma suposta “honra” ou “orgulho-próprio), Que vergonha ter um projeto de poder, não um projeto de Brasil. Que vergonha dizer que está ao lado dos que não têm voz, mas calar a voz de quem os contraria.
Eu nunca senti tanta vergonha de ser brasileira. E eu não sou tão nova quanto pareço, tenho boa genética, sem eugenismo aqui, há lados bons e ruins em tudo. Força, Jojo. Foi se assumir de Direita e ameaçar o poder estabelecido, tendo voz, há consequências. Não venda sua honra como muitos deles. Não venda seus princípios como muitos deles. E, principalmente, não venda o Brasil como quase todos eles.
Se “eles” pensassem em nós, em vocês, povo, não estaríamos passando fome como nas ditaduras socialistas que tanto parecem encantar o atual governo, as quais patrocinam e às quais se aliam: teríamos de fato picanha, ovo, ovo de Páscoa, chocolate, honra, dignidade. Cobram dos outros o que não têm: honra. Porque quem poderia ter honra sendo antidemocrático em uma democracia, se a raiz democrática é a liberdade de expressão e individualidade e a meritocracia?