A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma série de desafios no que diz respeito à governabilidade, segundo um estudo elaborado pela empresa de inteligência de dados 4Intelligence para o Estadão. Conforme a pesquisa, o Índice de Governabilidade (I-Gov) de Lula atingiu seu ponto mais baixo em maio, registrando 40,4%, marcando um dos piores momentos durante seu terceiro mandato.
O I-Gov é uma métrica utilizada para avaliar a capacidade do governo de implementar suas políticas e obter apoio em relação aos outros poderes, além de analisar sua repercussão na opinião pública.
O estudo aponta que essa queda está fortemente ligada à relação do governo com o Poder Legislativo. A empresa de inteligência considera três fatores principais na elaboração do índice: a aprovação de medidas provisórias no Congresso, eventuais derrotas em julgamentos no Supremo Tribunal Federal e o índice de aprovação do governo nas pesquisas de opinião.
A análise indica que quando o I-Gov fica abaixo dos 40%, a situação torna-se insustentável para um presidente, podendo levá-lo a deixar o cargo rapidamente. Em abril, o índice estava em 43%, o que evidencia uma queda significativa em maio, colocando o governo de Lula em uma zona de risco.
Em relação ao relacionamento com o Legislativo, o governo sofreu uma nova queda em maio, com o I-Gov atingindo apenas 14%, em comparação aos 18% registrados anteriormente. Essa queda é atribuída à perda de 11 medidas provisórias no Congresso, o que resultou em zero aprovações desse tipo de medida. A pesquisa destaca que esse resultado deixa o governo com a pior marca na dimensão do Legislativo.
No âmbito do Judiciário, houve uma queda de cinco pontos percentuais, chegando a 60%. O estudo aponta que os desafios persistem devido a uma agenda interrompida e ações relacionadas a governos anteriores, apesar de uma vitória relativa na reoneração da folha de pagamento.
Quanto à opinião pública, o índice registrou 47,1%, marcando o terceiro mês consecutivo abaixo de 50%. Isso indica uma preocupação por parte do governo, que busca reorganizar sua estratégia de comunicação oficial para melhorar sua imagem junto a uma sociedade politicamente dividida.