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Intensas Chuvas Devastam Agricultura no Rio Grande do Sul, Afetando Mais de 206 Mil Propriedades Rurais

Inundações deixam 34,5 mil famílias sem água potável e causam perdas significativas na produção de grãos, pecuária e hortaliças, exigindo medidas emergenciais e políticas públicas de recuperação.

Mais de 206 mil propriedades rurais foram impactadas pelas intensas chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, resultando em perdas significativas na produção agrícola e na infraestrutura. No campo, 34,5 mil famílias ficaram sem acesso à água potável devido às inundações.

Esses dados foram divulgados em um relatório na segunda-feira (3), elaborado pelas Secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e de Desenvolvimento Rural, com colaboração da Emater/RS-Ascar (Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural). O documento abrange o período entre 30 de abril e 24 de maio.

“Essa é a maior tragédia da história do nosso Estado e atinge proporcionalmente a agricultura, que é o nosso maior setor produtivo. Com base neste levantamento de perdas, poderemos agir com mais precisão e rapidez na estruturação de ações e políticas públicas para apoiar os agricultores familiares e recuperar nossas áreas produtivas”, declarou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini.

No setor de grãos, as perdas referem-se tanto a áreas que não puderam ser colhidas quanto àquelas colhidas com baixo rendimento, afetando culturas como soja, milho e feijão. As perdas nas culturas de inverno foram pontuais, em áreas recém-semeadas que precisarão ser replantadas. Ao todo, 48,67 mil produtores de grãos foram prejudicados, principalmente de milho e soja.

“Os números mostram a magnitude do impacto do evento meteorológico na agricultura do Rio Grande do Sul. Medidas emergenciais foram adotadas para minimizar os efeitos nas áreas rurais, como a flexibilização de normativas, mas os demais projetos devem ser desenvolvidos junto aos setores e entidades para ajudar na reconstrução dessa área produtiva crucial para a economia gaúcha e brasileira”, afirmou o secretário da Agricultura, Giovani Feltes.

No meio rural, 19,19 mil famílias sofreram perdas nas estruturas de suas propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Preliminarmente, cerca de 200 agroindústrias familiares também registraram prejuízos.

A maior perda em volume foi na produção de soja, com 2,71 milhões de toneladas perdidas.

A pecuária do estado também foi severamente afetada, exigindo um longo período de recuperação. Aproximadamente 3,71 mil criadores gaúchos tiveram perdas significativas de animais, especialmente aves, com 1,19 milhão de indivíduos mortos. Bovinos de corte e leite, suínos, peixes e abelhas também sofreram perdas substanciais.

Além disso, extensas áreas de pastagens foram prejudicadas, tanto em campos nativos quanto em áreas de cultivo de plantas forrageiras de inverno, o que deve impactar diretamente a produção de leite e carne nos próximos meses.

Os danos não foram uniformes em todas as regiões. Algumas áreas, como os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo e Paranhana, além da Quarta Colônia da Imigração Italiana na Encosta da Serra, sofreram danos expressivos na pecuária.

O evento climático extremo coincidiu com a fase final de frutificação de variedades importantes de citros, especialmente a bergamota, que estava em colheita. Em muitos pomares, o solo permaneceu alagado devido às intensas chuvas. As culturas de citros na região dos Vales e de banana nas encostas da Serra do Mar foram severamente afetadas, impactando 8,38 mil propriedades.

Hortaliças

O abastecimento de hortaliças nos centros urbanos foi significativamente afetado. As culturas de folhosas e leguminosas sofreram maior impacto na Região Metropolitana, na Serra e nos vales do Taquari e do Caí.

As maiores perdas em volume e área plantada foram de batata, brócolis e aipim. Dificuldades logísticas para escoar a produção remanescente e a incerteza sobre a demanda reduziram a oferta, mas não houve interrupção total, o que ajudou a conter uma maior elevação dos preços na Ceasa-RS.

A intensidade das chuvas danificou a estrutura foliar das olerícolas folhosas (alfaces, rúculas e radiches) e dos temperos (salsa e cebolinha), afetando também a qualidade e aparência das verduras.

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