Lideranças das Missões e do Noroeste apostam no agronegócio e no conhecimento para retomar economia

Olga Arnt - | Agência de Notícias - Edição: Sheyla Scardoelli - Foto: Joel Vargas

O agronegócio é o passaporte para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Essa certeza permeou as manifestações de lideranças das regiões das Missões e do Noroeste do estado na sétima edição do Seminário Competitividade pelo Rio Grande – Juntos para Recomeçar, promovido pela Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira (1). O fórum digital reuniu representantes dos setores econômico, público e acadêmico para discutir os caminhos para a retomada da economia no período pós-pandemia do novo coronavírus e as medidas necessárias para que o Rio Grande do Sul avance no ranking da competitividade.
O presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, prevê que, em dez anos, o Brasil, praticamente, dobrará a produção de grãos, aumentando só 12% a área plantada e sem destruir nenhum bioma. Em 2020, o País produziu 250 milhões de toneladas, tendo apenas 28% da população no campo. A estimativa é de que chegue a 400 milhões de toneladas em 2030, se aproximando do maior produtor mundial, que são os Estados Unidos. “O mundo está com fome. E o aumento da produção de alimentos no Brasil, mais do que uma tendência, é uma vocação”, acredita Hermann.
O fato de a maior parte das propriedades rurais no Rio Grande do Sul não ter grandes extensões de terra não é considerado um problema para o presidente da corporação. “Pouca área não é problema. Tem que fazer a coisa certa. No caso do Rio Grande do Sul, enfrentar os gargalos”, apontou.
Para Hermann, a falta de conectividade no campo é um deles, especialmente, em um cenário em que “o trabalho remoto veio para ficar”. Ele afirmou também que é preciso que a qualificação dos recursos humanos acompanhe os avanços tecnológicos. Recomendou que, para isso, as universidades ofereçam cursos de duração mais curta e que formem profissionais com “mentalidade digital”.
O presidente da John Deere aconselhou ainda que o estado aumente a área plantada de milho, base da ração para a produção de proteína animal, invista em culturas de alto valor agregado e privilegie a produção integrada.
Reivindicações
Ao analisar o cenário regional, o prefeito de Santa Rosa, Alcides Vicini, afirmou que o capital humano se destaca entre as potencialidades das Missões e do Noroeste. Além disso, a indústria metal mecânica, a produção de grãos e as agroindústrias compõem um ambiente favorável, em sua opinião, para a retomada econômica.
Vicini, no entanto, defendeu mais investimentos em infraestrutura, especialmente, na malha rodoviária, em barragens e pontes. O prefeito reivindicou também ampliação da pista do aeroporto de Santa Rosa, cujo projeto já está pronto para ser licitado.
Alianças estratégicas
A reitora da Unijuí e presidente da Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene), Cátia Maria Nehring, considera que é preciso firmar alianças estratégicas entre Poder Público, empresas, sociedade e universidade para garantir transferência de conhecimento e produzir inovação. “Podemos formar parcerias que podem promover o desenvolvimento com cada instituição trazendo a sua expertise”, apontou.
Para ela, a educação não pode se restringir a formar quadros, devendo assumir uma posição mais incisiva na relação com a sociedade. A reitora revelou também que a Unijuí está promovendo uma reestruturação na formação acadêmica profissional a partir de arranjos curriculares e tecnológicos orientados para o desenvolvimento.
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