Concluída a colheita da soja, os produtores rurais gaúchos começam a voltar as atenções para a principal cultura de inverno, o trigo.
Segundo a Emater, a semeadura teve início nos últimos dias nas regiões mais quentes do Rio Grande do Sul, o que inclui Noroeste, Vale do Rio Pardo e região de Passo Fundo.
A expectativa é de incremento de área plantada em relação ao ciclo 2020, em razão da valorização obtida pelo cereal nos últimos meses.
Segundo o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, outro motivo que pode impulsionar o plantio do trigo é o fato de os produtores terem registrado uma boa safra de soja, grão que também passou por uma valorização de preços recente. “Tudo conspira a favor”, resume Rugeri.
“O trigo tem boa perspectiva de preço, apesar dos custos”, complementa.
Na segunda quinzena de junho, a Emater pretende divulgar levantamento com a intenção de plantio para a safra 2021 de trigo.
A orientação é para que o produtor faça uso das tecnologias disponíveis, sem deixar de prestar atenção aos custos. “O trigo é uma cultura muito responsiva ao profissionalismo”, ressalta Rugeri.
A janela de plantio considerada ideal se encerra no mês de julho.
O coordenador da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, acredita que o trigo possa alcançar uma área de 1,150 milhão de hectares nesta safra, o que representaria um avanço de 20% em relação ao ano passado. Ele avalia que os preços devem se manter firmes até a entrada da safra do Paraná, até mesmo pela pouca oferta. A cotação atual da saca está em torno de R$ 85,00. Há um ano, os preços giravam ao redor de R$ 50,00. “Estamos vivendo algo que nunca tínhamos visto”, afirma Jardim.