Em meio a um clima de turbulência, o PSDB vive uma espécie de “dupla candidatura” à Presidência da República. Isso porque o ex-governador paulista João Doria venceu a eleição interna que em novembro passado definiu o postulante tucano ao Palácio do Planalto, mas Eduardo Leite (que renunciou à chefia do Executivo gaúcho) mantém tratativas com a mesma finalidade.

Já Eduardo Leite deve desembarcar em Brasília nesta semana para dar prosseguimento a uma articulação política que prevê encontro com a turma de correligionários que o apoiou nas prévias. Também estão em seu radar segmentos do MDB, Cidadania e União Brasil.

Em relação Ao União Brasil, aliás, no sábado o presidenciável gaúcho conversou pessoalmente com o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, que na semana passada chegou a admitir a possibilidade de abrir mão da sua própria candidatura ao Planalto mas depois voltou a flertar com a possibilidade.

De acordo com fontes ligadas ao tucanato, Eduardo Leite também pretende “pegar a estrada”, percorrendo diversos pontos do País. A estratégia inclui mapear os Estados onde conta com aliados e onde obteve adesão majoritária na eleição interna de novembro. O público jovem é um de seus focos, assim como o eleitorado descontente com a polarização Lula-Bolsonaro e que pode apostar na chamada “terceira via”.

Restrições

Alguns setores do PSDB questionam a postura de Eduardo Leite, que ao “teimar” em ser o candidato da sigla deixa claro que está disposto a não aceitar o resultado das prévias de novembro. Essa é a principal reclamação de João Doria e seus apoiadores, que têm falado em “atitude antidemocrática” e “golpismo”.

Mas após a hesitação de Doria (que também colocou em risco alianças estaduais e a própria candidatura de seu vice, Rodrigo Garcia, ele também passou a ser alvo de resistências por parte de seus companheiros de legenda.

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, não esconde a fontes próximas que a resistência à candidatura de Doria na sigla é expressiva e deu aval para que Leite continuasse a construir suas alianças:

“Existe uma discordância em relação à candidatura de João Doria, porque é evidente o grau de oposição interna. Ninguém poderá conter quaisquer movimentos de liderança política, seja qual for o partido”.

Disse, ainda, que a escolha de Doria como candidato está submetida não ao PSDB, mas à coligação que abarca MDB, Cidadania, União Brasil e até outros partidas: “A candidatura tucana está contida em um acordo maior”.

Agora, tanto Doria quanto Leite esperam crescer nas pesquisas e serem escolhidos candidatos pela união dos partidos da terceira via.

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