Depois de encarar um dos períodos mais desafiadores em sua história, a suinocultura do Brasil agora mostra sinais de recuperação, com projeções otimistas para o restante do ano. Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), descreveu o momento de reviravolta do setor durante a celebração do Dia do Suinocultor nesta segunda-feira, 24 de julho.
Santin explica que os produtores e agroindústrias suinícolas do Brasil enfrentaram desafios significativos nos últimos três anos devido aos altos custos de produção e à pandemia global. Apesar disso, muitas empresas e suinocultores conseguiram manter a operação, mesmo operando no vermelho.
“Os produtores mostraram resiliência, ajudando a manter a oferta de alimentos e o abastecimento das famílias brasileiras”, afirmou Santin. “Após um período desafiador, estamos vendo uma imagem mais otimista, com a perspectiva de progressos tanto no cenário interno quanto no internacional.”
Os dados da ABPA confirmam essa visão ligeiramente mais positiva. A organização prevê que a produção de carne suína supere a marca de 5 milhões de toneladas pela primeira vez na história. Nas exportações, também se espera um novo recorde próximo de 1,2 milhão de toneladas, atendendo a mais de 90 países importadores do produto brasileiro.
Santin destacou que essas previsões são baseadas no desempenho do setor até o momento. Segundo a ABPA, as exportações brasileiras de carne suína já são 15,6% maiores este ano, com cerca de 590 mil toneladas exportadas no primeiro semestre de 2023. A receita gerada aumentou ainda mais, atingindo US$ 1,413 bilhão de janeiro a junho, uma melhora de 26,7% em relação ao mesmo período de 2022.
Também se espera que o consumo per capita de carne suína no Brasil supere os 18 quilos registrados em 2022, de acordo com as projeções iniciais da ABPA.
“O Brasil tem ocupado o espaço de outros grandes players internacionais, como a União Europeia, reforçando o papel do nosso país na segurança alimentar global. Sobre a alta acumulada em mais de 150% nos preços do milho e do farelo de soja entre 2020 e 2022, temos agora um alívio com uma retração gradativa nesses preços, embora outros insumos, como diesel, energia, plástico e papelão, continuem em alta. No entanto, a perspectiva é positiva e produtores e agroindústrias estão vivenciando um momento de equilíbrio nas contas”, analisou Santin.
A ABPA apresentará suas projeções consolidadas sobre a suinocultura e a avicultura do Brasil em uma coletiva de imprensa no dia 17 de agosto.
Maiores informações estarão disponíveis em breve no site da ABPA, www.abpa-br.org.
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