A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está investigando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) conseguiu acessar documentos que comprovam os pagamentos efetuados pelo governo de Alagoas em apoio ao MST.
Recursos públicos foram utilizados para cobrir despesas relacionadas a transporte, alimentação e toda a infraestrutura de eventos organizados pelo movimento social. Isso incluiu o aluguel de tendas, equipamentos de som, banheiros químicos, montagem e desmontagem da infraestrutura, entre outros custos.
O financiamento dessas atividades foi intermediado pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária (Iteral) de Alagoas, uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri).
Os pagamentos ocorreram durante os anos de 2017 a 2020, com a maioria dos repasses ocorrendo em 2018.
Os documentos obtidos pela CPI demonstram que o Iteral direcionou um montante de R$ 5.596.057,22 para uma única empresa de transporte entre os anos de 2015 e 2023. O contrato foi realizado sem um processo licitatório, semelhantemente a outras contratações realizadas pelo governo em apoio ao MST.
Em 2018, o Iteral também efetuou um pagamento de R$ 19,9 mil para aquisição de lonas destinadas aos manifestantes acampados na Praça dos Martírios, em Maceió. Além disso, um total de R$ 8,3 mil foi destinado para a compra de cestas básicas para manifestantes acampados nas Usinas Laginha e Guaxuma.
É relevante mencionar que durante o período de 2015 a 2022, Alagoas estava sob o governo de Renan Filho (MDB), filho do senador Renan Calheiros e atual ministro dos Transportes. O político renunciou ao cargo em abril de 2022 para concorrer a uma vaga no Senado.
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