O dólar teve um dia de volatilidade, começando com uma queda pela manhã e operando em baixa durante a maior parte do dia. No entanto, nos últimos minutos da sessão, a moeda norte-americana voltou a apresentar pequenos ganhos e encerrou praticamente estável, com uma variação negativa de 0,01%. No momento do fechamento, a taxa de câmbio estava cotada a R$ 4,9864. Na semana, o dólar teve ganhos de 1,68%, e no mês, acumulou uma alta de 5,43%.
O real perdeu força em relação ao dólar devido ao cenário externo negativo, com quedas nas bolsas de Nova York e um aumento nas taxas dos Treasuries após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. O peso mexicano, que vinha resistindo à tendência geral de valorização do dólar, também caiu no final da tarde.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas fortes, acelerou seu movimento de alta após a divulgação da ata do Fed, atingindo uma máxima de 103,525 pontos. O documento do banco central americano demonstrou preocupação contínua com a inflação e alertou para a incerteza sobre uma política monetária ainda mais restritiva.
O mercado observou a atualização das projeções econômicas dos Estados Unidos, com o Fed eliminando a previsão de recessão para o ano e destacando riscos de alta para a inflação. As taxas dos títulos de 10 anos renovaram máximas após a divulgação da ata, com um retorno superior a 4,27%.
A ferramenta FedWatch, do CME Group, que monitora as probabilidades de mudanças na taxa de juros dos EUA, indicou um leve aumento nas chances de que a taxa básica americana termine o ano dentro da faixa atual (entre 5,25% e 5,50%), passando de 57,5% para 60%. Para a decisão de setembro, as apostas são de quase 90% de manutenção dos juros pelo Fed.
No cenário interno, a incerteza política também influenciou o comportamento do real. O mercado acompanhou as tensões entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As declarações dos dois políticos geraram ruídos e preocupações sobre o andamento das reformas fiscais.
A volatilidade nos mercados financeiros globais, combinada com as questões internas do Brasil, afetou as moedas de países emergentes, incluindo o real. O cenário de incerteza e a alta das taxas de juros nos Estados Unidos contribuíram para a correção no mercado de câmbio e a valorização do dólar frente ao real.
Os juros futuros, que haviam caído pela manhã, zeraram a queda à tarde, acompanhando o movimento dos Treasuries. O documento do Fed impactou as expectativas sobre a política monetária nos Estados Unidos, diminuindo as perspectivas de corte de juros ainda este ano.
O Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira, teve um dia volátil e encerrou em queda de 0,50%. A série negativa de perdas do Ibovespa continua, alcançando 12 sessões consecutivas. O índice recuou para abaixo dos 116 mil pontos, chegando a um nível de encerramento não visto desde junho. A cautela e as incertezas nos mercados internacionais, combinadas com preocupações sobre o cenário político interno e o impacto das taxas de juros dos EUA, contribuíram para a queda do Ibovespa.
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