No final de fevereiro deste ano, Pedro Porto, um luthier de 58 anos de idade, residente em Caçapava do Sul, na região central do Rio Grande do Sul, deparou-se com um anúncio online de um violão à venda. O preço indicado era de apenas R$ 100, um valor notavelmente abaixo do esperado, o que gerou curiosidade e algum ceticismo. Apesar das dúvidas, Pedro, que é especializado na construção e reparação de instrumentos musicais, optou por arriscar. Infelizmente, suas preocupações se concretizaram, pois o item jamais chegou a suas mãos.
Durante o período de janeiro a julho, cerca de 50 mil residentes do Rio Grande do Sul passaram por situações similares e foram alvos de golpes de estelionato. Essas informações foram fornecidas pela Secretaria da Segurança Pública do Estado.
Apesar da queda no número de golpes comparado ao mesmo período do ano anterior, o total permanece elevado. Uma média de 236 casos por dia foi registrada, contabilizando apenas aqueles casos que foram comunicados às autoridades. Vale ressaltar que, assim como em outros crimes, muitos casos de estelionato não são devidamente notificados, seja por desconfiança de recuperar o valor perdido, culpa ou mesmo vergonha.
No caso específico do luthier, o prejuízo foi de R$ 150, já que além do valor do produto, também foi solicitado um pagamento pelo envio do violão. Apesar de ter sido alertado por familiares sobre o preço excessivamente baixo, Pedro decidiu prosseguir. Essa tática de oferecer ofertas aparentemente irresistíveis é uma das estratégias empregadas pelos golpistas para atrair suas vítimas. Ao clicar no anúncio, ele foi redirecionado para uma página falsa que se assemelhava a um site legítimo de compra e venda.
Pedro, ainda um tanto relutante, fez algumas perguntas sobre o estado do violão e recebeu vídeos do instrumento. No final das contas, ele efetuou o pagamento via Pix e, no dia seguinte, recebeu um comprovante de envio. Entretanto, sua certeza de ter sido vítima de um golpe surgiu quando visitou a agência dos Correios e descobriu que o comprovante era falso.
A sensação de ter sido enganado deixou Pedro questionando sua própria percepção. Ele compartilhou a experiência nas redes sociais, juntamente com anúncios semelhantes do mesmo violão, como uma forma de alertar outros potenciais alvos.
Os golpes de estelionato têm sido uma ocorrência frequente, e um dos tipos mais comuns é o chamado “golpe do aniversário”, onde os golpistas fingem ter uma entrega para a vítima e solicitam o pagamento do frete. No momento em que o pagamento é efetuado, o golpe é consumado.
A prevenção é fundamental para reconhecer essas táticas. Caso alguém seja vítima de um golpe, é importante entrar em contato com o banco imediatamente e efetuar um registro policial para comunicar o incidente. O Deic lançou uma campanha de conscientização pelas redes sociais, apresentando vídeos para esclarecer os métodos dos golpistas e como evitá-los. Além disso, é crucial compartilhar informações sobre esses golpes para que outros possam ser alertados e protegidos.
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