Luciano Zucco, deputado pelo PL-RS e ex-presidente da CPI do MST, apresentou um dossiê ao Ministério Público Federal (MPF) em Porto Alegre, apontando irregularidades em terrenos destinados ao assentamento de famílias sem-terra. A denúncia foi aceita pelo procurador-chefe, Felipe da Silva Müller.
Segundo o documento, o MST estaria deslocando assentados de suas residências em Hulha Negra e Candiota para vender os terrenos, suscitando suspeitas de abandono, comercialização e arrendamento ilegais. Mais de 400 lotes estariam envolvidos nessa prática nos três municípios citados.
Zucco descreve uma série de irregularidades, incluindo grilagem de terras, uso impróprio, desvio de propósito e posse ilegal, alegando que tais infrações estariam sendo encobertas por líderes do MST e políticos associados ao movimento.
O deputado fundamentou o dossiê com geolocalização e mapas da área, identificando os lotes irregulares em uso por terceiros, alertando para possíveis crimes de estelionato.
Zucco ainda levanta a possibilidade de outros delitos, como concessão imprópria de benefícios sociais, como “Bolsa-Família”, “Bolsa-Estiagem” e financiamentos do “PRONAF”.
O caso ocorre em meio a um conflito agrário em Hulha Negra, com o MST estabelecendo um acampamento na área e uma expectativa de invasão de propriedades locais, especialmente durante o período conhecido como “Abril Vermelho”. Em resposta, agricultores locais organizaram vigilância próxima ao acampamento do MST, com a presença de veículos da Brigada Militar para monitoramento, conforme relatos do Diário do Poder.