Membros da oposição estão acusando o governo Lula de ter manipulado informações da Previdência Social com o intuito de reduzir estimativas de gastos em R$ 12 bilhões. Essa alegação resultou na apresentação de um novo requerimento de impeachment contra o presidente por 57 parlamentares na quinta-feira, 27 de junho. Os legisladores argumentam que essa manobra fiscal constitui um crime de responsabilidade, comparável ao que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
A base da acusação está em um artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, que reporta que o governo Lula teria distorcido as projeções de gastos com benefícios previdenciários para o ano de 2024. A manipulação teria reduzido artificialmente o aumento mensal vegetativo desses benefícios de 0,64% para 0,17%. O deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), principal autor do pedido de impeachment, comparou a ação de Lula àquelas que caracterizaram as “pedaladas fiscais” durante o governo de Dilma Rousseff.
Os legisladores destacam ainda uma nota técnica da Coordenação de Orçamento e Finanças do INSS, responsável pelas projeções de gastos do órgão, que teria sido alterada às pressas para cumprir exigências legais de publicação do Relatório Bimestral de Avaliação das Receitas e Despesas Primárias. Essas revelações aumentaram a pressão sobre o governo, intensificando o debate sobre sua conduta fiscal e as possíveis consequências legais de suas ações.