Após prever um “banho de sangue” caso não vença as eleições presidenciais, Nicolás Maduro voltou a fazer ameaças neste sábado (20). Em um comício em Maturín, o líder venezuelano afirmou que a eleição é uma escolha entre a paz e um país “convulsionado, violento e cheio de conflitos”, mencionando até mesmo a possibilidade de guerra.
- Em 28 de julho, o futuro da Venezuela será decidido para os próximos 50 anos, seja uma Venezuela de paz ou uma Venezuela convulsionada, violenta e cheia de conflitos. Paz ou guerra (…) Venezuela de elites, com o povo excluído e tudo privatizado – declarou Maduro.
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Maduro ainda insistiu que é o favorito na eleição, contrariando pesquisas independentes, e negou antecipadamente qualquer possibilidade de fraude caso vença.
- A partir de agora querem alegar fraude. Eles sabem a verdade, a rua sabe a verdade, o povo sabe a verdade. Estamos vencendo e vencendo. Ela [Corina Machado, líder da oposição] sabe disso, e os estrangeiros sabem disso – acrescentou.
Na última quarta-feira (17), Maduro já havia feito declarações intimidatórias que geraram preocupação internacional.
- Em 28 de julho se decide se a Venezuela permanecerá em paz ou se vamos entrar em um cenário de desestabilização e uma guerra civil. Se a direita fascista enganar a população na Venezuela, pode haver um banho de sangue e uma guerra civil, porque esse povo não permitirá que lhe tirem seu país. Não vai deixar que entreguem a Guiana Essequiba, não vai deixar direitos sociais serem privatizados – havia dito.
Embora se apresente como defensor da democracia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Itamaraty têm optado por manter silêncio diante das ameaças feitas pelo líder venezuelano.
Segundo uma pesquisa eleitoral conduzida pelo Centro de Estudos Políticos e Governamentais da Universidade Católica Andrés Bello (CEPyG-UCAB) e pela empresa Delphos, a derrota de Maduro parece iminente. O levantamento indica que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, possui 59,1% das intenções de voto, contra 24,6% de Maduro.