O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não cortará relações nem aplicará sanções à Venezuela, destacando que tais medidas “não prejudicam Maduro, mas sim o povo”. A declaração foi feita na tarde de sexta-feira (06), durante uma entrevista à Difusora Goiânia.
Lula já havia expressado anteriormente que não aceitaria a vitória do ditador socialista Nicolás Maduro nas eleições de julho até que o resultado fosse oficialmente confirmado pelas atas.
No entanto, já se especulava na diplomacia brasileira que não haveria uma ruptura nas relações entre os dois países.
“Nós não aceitamos o resultado das eleições, mas não vou romper relações, e também não concordo com punições unilaterais, como bloqueios, porque isso não afeta Maduro, e sim o povo. E acredito que o povo não deve sofrer por isso”, afirmou Lula na entrevista.
Ele ainda destacou que, assim como não reconheceu a vitória de Maduro, também não reconhece a vitória da oposição.
No final do mês passado, o Tribunal de Justiça da Venezuela, controlado pelo governo, confirmou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais, mas não apresentou as atas de votação para comprovar o resultado.
Poucos dias após essa decisão, a Justiça venezuelana atendeu a um pedido do Ministério Público e emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González, o principal opositor de Maduro no pleito.
Após esses acontecimentos, Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, classificou a medida como “muito preocupante” e “uma escolha errada”.