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sábado, setembro 21, 2024
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Os termos que escrevemos nas redes sociais definem quem somos

Em toda a história da humanidade, houve “marcos” ou sinais para definir vários aspectos de uma pessoa em uma sociedade: vestuário sempre foi a maior delas, na minha opinião, assim como certas posses materiais e, mesmo o linguajar. Como vivemos a Era Digital, e eu diria que a Era Pós-Digital, a da Inteligência Artificial, hoje o que é exposto nas telas é o que mais nos define como cidadãos e pessoas. Seja por imagens, de maneira mais explícita, ou por certos termos que empregamos, mais sutilmente.
Um exemplo indiscutível são as gírias de cada uma das gerações: X, Y, Z, Millenials. Por exemplo, é capaz de você, da geração X ou Y, não entender quase nada do que uma pessoa da geração Z ou um millenial brasileiro escrever em uma rede social. “Bait”, “flopou”, “cringe”, “fada sensata”, “hype”, “normie”, “resenha”, “ripar”, “shippar”, “vtzeiro”… Sim, a geração Z e os millenials adoram termos novos, e eles surgem todo dia. Entendem-se, eles, os mais jovens da nossa sociedade, entre si. Isso vale, é claro, para outros lugares muito além do Brasil, em que há muita gente conectada, criando comunicação inovadora.
Mas, para além das gerações, das idades e seus contextos, temos os termos que delimitam a condição social do indivíduo brasileiro. Claro, alguém de classe baixa ou sem tanto poder aquisitivo e prestígio social pode emular esses termos, ou mesmo as fotos que os “ricos” tiram, os influencers mais poderosos, o que está na moda. A vida nas telas muitas vezes é uma grande simulação, cata-se a agulha de realidade em um palheiro teatral. Nosso próprio e consentido “show”, ou portfólio pessoal e/ou profissional.
Porém, o que mais me intriga são os termos políticos nas redes, que classificam a posição política das pessoas. Com a bipolarização bélica que tomou conta do Brasil, os termos são profícuos. Muitos de nós ficamos perdidos. E eu, para falar a verdade, fico por vezes admirada com a falta de respeito, explicitada nas alcunhas políticas utilizadas popularmente na nossa nação. Principalmente pelas gerações Y e Z, mas as modinhas pegam em quase todas as idades. Penso que a cadeira arremessada em Pablo Marçal é apenas sintomática. Já estamos cansados de ver políticos trocando farpas e até socos no Congresso, e mesmo no STF os juristas agridem e se agridem verbalmente. Entre pessoas, então… Quantas amizades abaladas ou até rompidas, relacionamentos entre familiares e amorosos… Enquanto o Brasil afunda econômica e moralmente, há uma guerra de termos políticos na Internet.
Não me julgo parte de nenhum extremo, que os extremos facilmente se tornam belicosos, animosos e agressivos. Tampouco fico em cima do muro, um dos meus objetivos é sempre estudar, observar e buscar alternativas para essas velhas políticas e esses antagonismos obsoletos e ineptos no nosso país. Se quiserem me chamar de “isentona”, chamem, mas isso cabe mais a quem não pensa, não se politiza, e principalmente tem preconceito com quem não segue a bipolaridade nacional que está destruindo nossa nação. Enfim. Como não acho que faça parte dessa digladiação de extremos, embora esteja sempre atenta e postando sobre dados econômicos e sociais do Brasil (que andam péssimos), não reconheço alguns termos. Mas posso descobrir qual é a posição política ao verificar o significado e o contexto desses termos. Esta semana, um rapaz citou “wore” em uma conversa sobre política. Não entendi. Fui descobrir, e é um termo associado a progressistas dados ao fascismo, popular entre esquerdistas extremos. Tem o “não wore”, igualmente.
Por outro lado, há muitos termos políticos já bem popularizados, que a maioria de nós já leram ou entendem: “gado”, “minion”, “petralha”, “nazifascista”, “muuu”, “miliciano”, “lacrador”, “tucanalha”, “lulaminion”, “fefeca” (esse é engraçado). E muitos outros. Há dicionários por aí, em sites, sobre termos de gerações, posições sociais,  profissões (hoje ser influencer digital é profissão, ao menos para muitos) e políticos.
Pelo visto, estamos nos aprimorando na “arte” de xingar uns aos outros, ou de impor narcisismo, vaidade e preconceitos. Muitos são os que se dizem libertários e acolhedores de diferenças, mas “se perdem na personagem” em poucas palavras. Melhor é deixar que os estúpidos se confundam a si mesmos, esses intolerantes que acusam você do que são e fazem, que tentam classificar as pessoas da maneira rasa com que podem ser classificados. Julgam, tacham, lacram e nem sempre lucram como supõem.
Bem, não sou ingênua como já fui. Pessoas de diferentes posições sociais e políticas sempre se xingaram e criaram marcos para proteger suas comunidades e atacar as outras (o que é uma forma de proteção). Resumindo, pessoas e grupos sociais sempre se combateram, ao contrário do que esperava Karl Marx com uma união popular contrária à nossa natureza humana milenar. A natureza humana são o baixo nível, julgamentos intermináveis, desinformação, violência psicológica, bullying e ódio… Não me lembro de ter visto isso tão exacerbado em tempos cibernéticos e políticos pretéritos no Brasil. Que, hoje, nada tem do “homem dócil”, de “abençoado por Deus”, e até o “bonito por Natureza” sucumbe ao fogo e à seca, em centenas de incêndios criminosos de fazendas e áreas turísticas, outros advindos do superaquecimento global que nasceu principalmente da industrialização e do desmatamento.
Devíamos estar todos juntos nessa, protegendo nossas liberdades individuais, sociais e nosso planeta. Mas não estamos. Preferimos, a maioria de nós, a inércia inútil de quem apenas “lacra” e agride, mas pouco faz. Até porque o ditado continua valendo, para todas as gerações: “Quem muito fala, pouco faz”. Cão que muito late, não morde. Político e eleitor que muito discursam e muitas vezes ofendem, você já sabe… O Brasil tem jeito? Se ao menos aceitássemos que precisamos mudar, e que a mudança começa em nós mesmos. Em nosso voto. Em nosso exemplo. No exercício da nossa cidadania, conforme a bela Constituição Federal do Brasil. Menos termos modinhas, mais argumentos bem fundamentados e atualizados e ideias inovadoras. E, principalmente, mais ação.
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