O ano de 2025, mais ainda que nos anos anteriores, traz previsões sombrias para a economia brasileira. As coisas só pioram, enquanto o governo parece criar cortinas-de-fumaça para omitir a montanha tibetana de impostos que pagamos, nós, pessoas físicas ou jurídicas; os maiores juros reais do mundo, os desvios de verbas escandalosos (recentemente, o “roubo dos velhinhos” no INSS, cerca de R$ 300 milhões).
As próprias verbas para o povo têm sido diminuídas drasticamente, inclusive em áreas como Saúde e Educação: a foice atingiu até mesmo o Bolsa Família. Mas isso tudo não é surpresa: os sinais do Banco Mundial e de outras instituições financeiras globais, que já apontavam uma desaceleração, se intensificaram em forma de alerta vermelho para o Brasil.
Na verdade, apenas uma pessoa totalmente alienada (por sua ideologia política, por exemplo) seria incapaz de sentir o lodo do fundo do poço econômico no Brasil hoje. Em toda a minha vida, que já reúne aí algumas décadas, nunca vi uma crise tão devastadora: a questão ambiental, notadamente a Amazônia e o Cerrado, democracia relativizada, corrupção endêmica, autocracia do Supremo, falta de dinheiro para o povo que só aumenta, falta de oportunidades, falta de futuro.
Mas voltando aos dados, para quem precisa deles (e desconfia de todas as fontes): o relatório de abril de 2025 do Banco Mundial revisou para baixo as projeções de crescimento do Brasil, citando a persistente fragilidade fiscal como um fator determinante. A incapacidade de controlar os gastos públicos, considerando que temos a maior máquina pública do mundo e a mais perdulária, e das mais corruptas, é uma facada no peito de cada brasileiro que corre dia após dia para sobreviver. Um escárnio.
O “governo do povo” rasga dinheiro com luxos, e, se precisar, aumenta os impostos, desvia e aniquila verbas fundamentais sem pensar nas consequências (tão típico do Brasil). Não bastasse, ainda censura, por exemplo, por meio do Programa de Combate à Desinformação (PCD) do STF, dirigido pelo “vencemos o bolsonarismo” ministro Barroso, que, notoriamente, não apresenta imparcialidade e impessoalidade política.
Não são claras as fontes confiáveis sobre “informação” e “fake news”, a priori, aquelas que o Judiciário acha que são. Portanto, além de passar por este drama econômico e social, não nos é aconselhável falar muito sobre isso. Mas precisamos falar.
O passado é o melhor profeta do futuro: a Fundação Getúlio Vargas (FGV) já fazia essas previsões, ninguém ouviu ou teve eficiência para prevenir, muito menos para consertar os estragos. A dívida pública é recorde e continua a corroer a confiança dos investidores, dificultando o acesso a crédito e travando investimentos cruciais para a geração de empregos. O governo pede o FGTS dos trabalhadores para emprestá-lo aos próprios trabalhadores, devolvendo-o com juros exorbitantes.
Para piorar, simplesmente meteram uma tarja-preta, ilegalmente, em muitos dos gastos com dinheiro público, como com aviões da FAB utilizados por ministros do Supremo, Lula e Janja (que não viajam em aviões comerciais, até pela hostilidade massiva que lhes tem sido dirigida, não sem razão). Há ainda os desperdícios financeiros da primeira-dama, que legalmente não tem cargo oficial mas vem representando o Brasil por aí, com uma turma cara de assessores e o falatório que a discreta e elegante dona Marisa nunca teve. As falas de Janja são absolutamente desnecessárias, e inclusive se sabe que já provocaram rachas no PT. Melhor dizendo: são necessárias para percebermos o tipo de lideranças que temos no Brasil hoje.
INFLAÇÃO, ESSE DEMÔNIO PODEROSO
Por fim, sinônimo de derrocada econômica, há a inflação. Ela já castigava o poder de compra dos brasileiros, e segue resiliente e crescente. O Ipea, em suas análises mais recentes, demonstra a dificuldade em ancorar as expectativas inflacionárias, impulsionadas tanto por fatores internos quanto pela instabilidade global nos preços de commodities (quem entende da área de Economia sabe a gravidade disso).
O resultado, mais uma vez, o povo sabe, vira até memes e é sentido diretamente no bolso do contribuinte: no supermercado, nos custos básicos de vida, no preço da carne, do café, do ovo, do chocolate, da vida dos brasileiros, que, mesmo cravejados de impostos, têm um dos piores salários-mínimos da América do Sul e do mundo.
Triste lodaçal. É hora de deixar ideologias sem prática de lado. A alienação inocente ou proposital, o fingir que está tudo bem ou está melhorando. O cenário de 2025 no Brasil forma uma massa de pessoas infelizes, repletas de ódio, rancor e problemas de saúde física e mental. Não, o SUS não funciona bem. Os Correios estão entrando em colapso, seus funcionários perderam os planos de saúde por calote. O déficit nas mais de 400 estatais é recorde.
Apesar disso, o Executivo sorve champanhes caros e faz negociatas com o Congresso Nacional e o Judiciário, são bilhões e bilhões em emendas secretas sem transparência. Há aqui alguma “fake news”? O povo, voz soberana em uma democracia de fato, é quem sabe.
Ah, lembretes amargos da falta de reformas estruturais e da negligência com a saúde fiscal, com a saúde do país e do povo. Esperança? Medidas emergenciais, mas não em cima da população que já não tem, em sua grande maioria, quase nada. O governo precisa cortar e redefinir gastos, mas não parece muito disposto a isso. Alcançar e manter o poder custa caro. O que vemos hoje na terra onde já cantou o sabiá mas não canta mais, é um projeto de poder cuja prioridade é se estender, e não importa o preço disso.
O povo foi esquecido pelo “governo do povo” que há vinte anos promete acabar com a fome, mas a escassez de alimentos e de poder de compra nunca foi tão grave nas últimas décadas. Enquanto eles comem caviar, nós comemos abóbora. Alguns poucos parecem felizes por terem eleito estes que estão degustando o melhor da vida de forma ostensiva, mediante o “sequestro” do dinheiro público, da saúde pública, da esperança pública.