A audiência de instrução do processo que apura a responsabilidade dos autores do assassinato de Jarbas Heinle, à época secretário da Saúde de Bom Progresso, e filho do atual prefeito Armindo Heinle, foi adiada. A primeira sessão, marcada para esta quarta-feira, 2,em Três Passos, foi transferida a pedido das defesas. De acordo com o advogado Bruno Seligman de Menezes, que atua na defesa da família da vítima, a Polícia Civil reuniu documentação extensa a partir da extração de dados do telefone de um dos presos.
“As defesas entenderam que era muita documentação a examinar e pediram o adiamento da audiência, o que foi acolhido pela juíza”, explicou. Agora será marcada uma nova data. O Ministério Público aponta que os denunciados Sérgio Ribeiro dos Santos, Cloves de Oliveira e Maicon Leandro Vieira Leite, em conjugação de esforços, concorreram para que o denunciado Matheus Gabriel Muller Merel matasse Jarbas David Heinle mediante disparos de arma de fogo e que foram a causa efetiva de sua morte.
“Na nossa leitura, os documentos corroboram tudo o que a denúncia descreve, contra os quatro réus. Há dois mandantes, um executor e um intermediador. A motivação foi comprovadamente política. Os dois mandantes encomendaram a morte de Jarbas porque se sentiam desprestigiados politicamente no município”, afirmou, destacando que havia pouco tempo para examinar o material, o que poderia gerar prejuízo. Conforme denúncia do MP, Cloves era, além de inimigo pessoal de Jarbas, opositor da administração e, inclusive, havia sido derrotado nas eleições municipais de 2020.
Conforme o MP, sentindo-se preterido por seu grupo político e almejando concorrer nas próximas eleições, Maicon – que era vice-prefeito da cidade – deliberou em matar Jarbas e aliou-se a Cloves, tendo contratado os denunciados Sergio e Matheus.
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