O plantio do milho já começou nas regiões mais quentes e deve se intensificar a partir desta segunda quinzena de agosto no Rio Grande do Sul. Neste ciclo, a maior preocupação é a ameaça de ataques da cigarrinha-do-milho, observa o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri. O inseto causou graves prejuízos aos produtores de Santa Catarina e Paraná no ano passado. “Já temos relatos da presença da cigarrinha em algumas lavouras, é preciso estar atento e fazer um trabalho de acompanhamento sistemático”, diz.
O impacto do fenômeno La Niña, associado a estiagens, também pode trazer dificuldades. O presidente da Associação dos Produtores de Milho, Ricardo Meneghetti, estima que o cultivo se mantenha em 750 mil hectares. “A perspectiva é que não teremos uma grande área nesta primeira safra. O produtor está com muito receio do La Niña e da cigarrinha”, avalia.
Na região de Santa Rosa, onde o plantio está mais adiantado, a área semeada com milho já ultrapassa 30 mil hectares, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar divulgado ontem. Em ritmo mais lento, também já iniciaram a semeadura produtores das regiões de Frederico Westphalen, Bagé – em lavouras com sistemas de irrigação – e Ijuí. Nesta última, o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Gilberto Bortolini, diz que a instituição, desde o ano passado, vem recomendando o controle de plantas espontâneas que atraem pragas. “Outra orientação é escolher híbridos mais resistentes, e a terceira, não escalonar muito o plantio, reduzindo a alimentação das cigarrinhas”, explica.
Em Tuparendi, na Grande Santa Rosa, o agricultor Marcos Luiz De Conti, que investe no milho há 10 anos no sistema de rotação de culturas com o trigo e a soja, concluiu o plantio do grão em 11 hectares e está otimista. “Pegamos um híbrido (variedade de milho) bom, bem adaptado, e fizemos uma adubação boa para tentar obter em torno de 150 a 160 sacos por hectare, que é a média para a nossa região”, revela.
No Noroeste do Estado, o grão é negociado a valores próximos de R$ 90 pela saca. “O custo aumentou, hoje gira em torno de 60 a 70 sacos por hectare, mas o preço compensa”, diz De Conti.
GAUDÉRIO NEWS TV