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domingo, maio 19, 2024
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Cuba diz que não tem como pagar dívida com Brasil e pede flexibilidade

O governo cubano comunicou oficialmente ao Brasil sua incapacidade de quitar a dívida em atraso e vencida de US$ 490 milhões que Havana possui com Brasília

O governo cubano comunicou oficialmente ao Brasil sua incapacidade de quitar a dívida em atraso e vencida de US$ 490 milhões que Havana possui com Brasília, dívida que permanece pendente desde 2018. O montante total da dívida com o Brasil chega a US$ 1,1 bilhão. Os cubanos também aguardam uma atitude “flexível” do governo Lula para possibilitar a retomada dos pagamentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no país para participar de um encontro do G77, uma coalizão de países em desenvolvimento, juntamente com a China. Além das reuniões multilaterais, Lula tem planos de se encontrar com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, em um esforço para normalizar as relações com Havana após os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

A solicitação de renegociação e flexibilidade surgiu em discussões políticas informais entre o regime cubano e o governo brasileiro, porém, até o momento, não há um documento oficial com a solicitação nem ocorreu uma reunião técnica entre as partes para formalizar o pedido, conforme fontes com conhecimento sobre as negociações informaram ao Estadão.

De acordo com uma das fontes, a postura do Brasil é receber os valores devidos, sem considerar a possibilidade de uma moratória ou calote. O governo cubano busca a renegociação da dívida, visando sair da situação de inadimplência, uma vez que isso permitiria o acesso a novos empréstimos. Países em débito normalmente não conseguem obter novos financiamentos.

Até o momento, as autoridades cubanas comunicaram aos representantes brasileiros que o país não dispõe dos meios necessários para honrar suas obrigações no momento e que planejam renegociar a dívida em reuniões que serão agendadas.

Os atrasos nos pagamentos começaram em meados de 2016 e se agravaram a partir de junho de 2018, quando Cuba suspendeu o pagamento das parcelas de financiamento das exportações brasileiras feitas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A maior parte dos recursos emprestados pelo BNDES foi destinada ao financiamento do projeto do Porto de Mariel, localizado a aproximadamente 40 km de Havana.

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