A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, solicitou formalmente à Polícia Federal acesso aos vídeos contendo todos os seus depoimentos prestados à força policial. Esta solicitação surgiu após Cid expressar preocupações sobre a fidelidade das transcrições de suas declarações, sugerindo que partes de seus testemunhos podem ter sido distorcidas ou inseridas em contextos que não correspondem à sua fala original.
Entre as preocupações do ex-ajudante de ordens, destaca-se o descontentamento com certos trechos de seus depoimentos que sugeririam que ele teria afirmado que Bolsonaro planejou um golpe de Estado. Cid nega veementemente ter feito tal afirmação e, embora reconheça que o ex-presidente possa ter debatido propostas controversas, ele argumenta que Bolsonaro nunca demonstrou intenção de efetivamente executar um golpe.
Além disso, Cid ressalta que seu depoimento não apontou para a suposta falsificação dos certificados de vacinação contra Covid-19 de Bolsonaro e de sua filha, Laura. Fontes próximas afirmam que Cid teria assumido individualmente a responsabilidade por essa ação, negando que Bolsonaro tenha dado ordens nesse sentido.
Ao requerer acesso aos vídeos de seus depoimentos, o tenente-coronel visa comparar suas declarações originais com as informações presentes nos documentos de sua delação premiada, com o objetivo de esclarecer eventuais inconsistências.
Desde sua prisão em maio de 2023, Cid já prestou sete depoimentos à Polícia Federal. Embora tenha optado pelo silêncio em três ocasiões, em todas as outras ele se pronunciou. Seu depoimento mais recente ocorreu na segunda-feira (11/3), com duração aproximada de nove horas. A Polícia Federal, quando contatada, preferiu não comentar sobre as investigações em curso. As informações foram obtidas pelo Metrópoles.
