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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Dívida e falta de reservas em dólar pressionam candidato peronista na Argentina

Sergio Massa, ministro da Economia, escolhido pelos governistas para disputar a eleição de outubro.          |           Foto: Divulgação              |           O Sul 

A Argentina adiou para o fim de julho o pagamento de US$ 2,6 bilhões ao FMI. A medida estava prevista em acordos assinados pelo governo, por isso não é considerada um atraso, mas mostra a dificuldade em obter dinheiro em meio à crise econômica. A falta de reservas em dólares compromete o pagamento das dívidas e coloca pressão sobre Sergio Massa, ministro da Economia e nome ungido pelo peronismo para disputar as eleições presidenciais de outubro.

O adiamento do pagamento ocorre em meio a negociações de Massa com o FMI em busca de mais dinheiro. Uma delegação argentina viajou para Washington esta semana, mas voltou com o pires vazio. O peronista agora corre contra o tempo para reequilibrar as contas antes das primárias eleitorais de agosto.

Com suas reservas líquidas – o montante em dólar disponível imediatamente – no vermelho em mais de US$ 5 bilhões, o governo argentino se via com a corda no pescoço para pagar duas parcelas ao FMI. Uma de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,3 bilhões) vencia na sexta-feira. Outra de quase US$ 1 bilhão para fundos privados vence hoje. Com isso, consultorias econômicas previam que os cofres do Banco Central argentino (BCRA) ficariam com US$ 7 bilhões negativos, um recorde.

Adiamento

Com o acordo, o governo conseguiu jogar a bomba para o fim de julho, quando deve ainda honrar mais US$ 687 milhões de outra dívida que vence no dia 28. Para completar o desastre, consultorias lembram que há um outro pagamento previsto no dia 1.º de agosto no valor de US$ 736 milhões.

Ao adiar o pagamento, o governo demonstra esperança de obter mais dólares até a data. “Eles param de pagar os outros para pagar o FMI até receberem o dinheiro” explica Juan Carlos Rosiello, professor do Centro de Análise Econômica da Universidade Católica Argentina (UCA). “Pagamentos de importações não são autorizados, afetando a produção e muitos insumos que já faltam.” Por isso, segundo ele, os argentinos já sentem a piora na crise econômica, com uma inflação acima de 110% e escassez de medicamentos, peças para automóveis e outros produtos.

Impacto político

Com a definição de Massa como candidato pela coalizão governista União pela Pátria (antiga Frente de Todos), as listas estão fechadas para as primárias de agosto, chamadas de “Paso” – primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias. Por ter voto obrigatório, as prévias costumam servir como uma pesquisa de intenção de voto de alta precisão, mais do que definir o candidato de cada grupo político.

Na oposição estão Horacio Larreta, prefeito de Buenos Aires, e Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança Pública, disputando a vaga de candidato da coalizão Juntos pela Mudança, a mesma do ex-presidente Mauricio Macri. Além de Javier Milei, o libertário que é a novidade desta eleição.

Nas primeiras sondagens feitas após o fechamento das listas, Massa aparece bem em grande parte do interior da Argentina. A exceção é Buenos Aires, província com maior número de eleitores, onde Bullrich levaria a melhor. No entanto, ao reunir as sondagens por coalizão, os opositores da aliança Juntos pela Mudança estão à frente dos governistas do União pela Pátria.

“Massa é o candidato mais competitivo do partido governista, mas não muda significativamente o cenário eleitoral”, afirma María Lourdes Puente, cientista política e diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina (UCA). “A oferta eleitoral melhorou com três candidatos importantes disputando o centro, dois candidatos importantes à direita e várias minorias à esquerda.”

Bola de neve

A situação é tão crítica que, no fim de junho, o governo argentino anunciou o pagamento de US$ 2,7 bilhões ao FMI utilizando yuans, a moeda chinesa, além de usar os Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), dispositivo criado pelo FMI socorrer países-membros.

“Não importa quem ganhe a eleição, o ano que vem será muito complicado, porque virão todos os ajustes que não são feitos há quatro anos. Qualquer plano econômico terá um componente de ajuste muito forte, por isso o grande desafio para o próximo governo será como se ajustar e sobreviver”, disse Rosiello.

A crescente dívida argentina, explica o economista, tende a ser empurrada com a barriga até dezembro, quando se acredita que um novo governo tomará posse. “O que o FMI espera até lá é ter um interlocutor mais razoável que tenha um plano econômico que permita a promoção das exportações, que atraiam dólares para que, no futuro, se pague a dívida e se proponha um plano de mais longo prazo”, explica Rosiello.

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