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sábado, maio 18, 2024
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Encerrar fases: escolhas necessárias para uma vida com significado

A vida é dinâmica: estamos sempre “mudando de clima”, ou de fase, ou de rumo conforme o tempo passa. Caso não encerremos uma fase ou um ciclo que precisa terminarisso se tornará uma repetição nociva e uma perda de tempo, e nos fará “estacionar” na vida. Por isso, precisamos ter atitude e saber reconhecer quando seguir em frente, fazer novas escolhas, mudar de ideias, de pessoas, de hábitos, de relacionamentos, mudar na área profissional, mudar de lugar. 

 

Construir algo novo, no caso, nossa própria vida – ainda que permaneça, e deva permanecer, uma essência em nós – é se adaptar às mudanças naturais da vida, das circunstâncias. Nem sempre queremos nos desapegar de algo, ou alguém, ou de quem éramos, mas, muitas vezes, a vida clama que o façamos. E ela sempre dá sinais. 

 

Portanto, para começar algo novo, precisamos encerrar o antigo, o passado, o que não serve mais em nós. Encerrar fases ou ciclos na nossa vida é essencial para nossa saúde mental e física, e saber quando fazê-lo é ainda mais essencial. Postergar mudanças e escolhas pode acarretar consequências irreversíveis, que só vamos perceber lá na frente, com muito arrependimento. E é claro que todos nós nos arrependemos – duvido de quem diz que “não se arrepende de nada”, isso é ignorar os próprios erros e a aprendizagem da vida -, mas muitos arrependimentos podem ser evitados se tivermos coragem e sabedoria.

 

Mudar, adaptar-se, evoluir nunca foi fácil. Significa renúncias. E resiliência, escolhas cruciais, perdas, lutos. E também implica sentir medo, pisar em incertezas, seguir sem olhar para trás, o que é normal. Quando uma fase se encerra (às vezes, não por nossa decisão), uma nova versão de nós mesmos pede passagem. Não é se tornar outra pessoa, mas apenas um “eu” mais “atualizado” conforme nossos desejos, expectativas, possibilidades e, principalmente, o que a realidade da vida está nos oferecendo e demandando.   

 

Assim, encerrar uma fase ou um ciclo é sempre um fim, mas também deve ser um recomeço. Se não encerrarmos ciclos viciosos, repetitivos, danosos, nunca teremos resultados diferentes ou melhores, nunca daremos continuidade à busca de nossas melhores versões. Não somos seres criados para viverem estagnados no tempo. 

 

Gosto muito de um poema do português Fernando Pessoa, que, inclusive, citei na segunda edição do meu livro A Queda da Bastilha: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. Para sempre à margem do que fomos, mas não somos mais.

 

Enfim, precisamos identificar as “curvas”, as mudanças de rota e de objetivos, abandonar aquilo com o que já não nos identificamos e que já não nos é útil ou impede nosso crescimento e realização pessoal, e até nossa paz de espírito.

Não significa mudar o tempo todo, não ter fundamentos, princípios, a tal essência: é sobre superar obstáculos e identificar oportunidades e necessidades. A vida são escolhas, ainda que não possamos decidir o leque de alternativas que nos é possível em determinado momento – ninguém é onipotente. É certo que há o que nunca vai mudar, ou não pode ser mudado em nós e na nossa vida, mas sempre haverá trechos do caminho em que a vida nos sacudirá para repensarmos nossa trajetória, inclusive a questão mais importante: quem somos, ou quem queremos ser.   

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