Na manhã desta quinta-feira (30), a Brigada Militar (BM) encontrou na Ilha do Pavão (Região Metropolitana de Porto Alegre) o corpo de um suspeito de envolvimento no assalto a um carro-forte em Guaíba no dia anterior. O cadáver estava na margem do rio Jacuí e com sinais de afogamento. Outros dois homens morreram em tiroteio com a polícia, horas após o ataque, dois foram presos e um continua foragido.

O confronto ocorreu após cerco policial aos fugitivos, na região das ilhas. Durante a operação, um helicóptero da BM chegou a ser alvo de disparos, mas ninguém se feriu. Parte do dinheiro obtido com o roubo foi recuperada com os indivíduos mortos ou presos, ao passo que aproximadamente R$ 3,3 milhões estavam em um veículo abandonado pelo grupo.

Em relação ao assalto, testemunhas contaram que a quadrilha chegou armada com pistolas e fuzis, a bordo de dois automóveis a um supermercado onde recém desembarcara de um blindado de transportadora de valores a equipe encarregada de abastecer com cédulas os dois caixas-eletrônicos do estabelecimento.

Os carros utilizados no ataque tinham falsos adesivos da Polícia Civil e os seus ocupantes usavam simulacros de uniformes completos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Eles renderam os vigilantes na entrada do estabelecimento, pegaram malotes com dinheiro e deixaram rapidamente o local, sem efetuar disparos.

Fuga

A quadrilha trocou em seguida de veículo, embarcando em um furgão branco de suposta empresa dedetizadora, com o dinheiro e armas, rumo à cidade de Eldorado do Sul. Ciente de que a Polícia continuava em seu encalço, o grupo fez uma segunda troca de veículo, abandonando o utilitário (com os R$ 3,3 milhões, falsos uniformes e munição) para  roubar dois veículos – uma das vítimas chegou a ser feita refém.

Para dificultar a perseguição policial, os criminosos lançaram “miguelitos” (artefatos pontiagudos de metal usados para furar pneus) na pista da rodovia federal BR-290, estratégia que danificou pneus de diversos carros, inclusive de viaturas envolvidas na busca. Também houve lentidão no trânsito da região.

Em seguida, a quadrilha se subdividiu e quatro integrantes rumaram para a Ilha Grande dos Marinheiros, em um roteiro aparentemente improvisado e que novamente teve reféns, inclusive com a invasão à casa de um pescador, então obrigado a conduzir o grupo de barco pelo rio Jacuí até a Ilha do Pavão.

Ao perceberem a aproximação de uma unidade do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da BM, os bandidos buscaram abrigo em um matagal. Em vão: acabaram alcançados. O relato dos brigadianos é de que nesse momento houve a investida a tiros por parte dos fugitivos e dois deles acabaram tombando, baleados.

Ao todo, a operação durou aproximadamente sete horas, abrangendo estradas, regiões de mata e o leito do rio Jacuí. Participaram do cerco mais de 100 integrantes da Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo as autoridades, os envolvidos no incidente têm antecedentes criminais e já estiveram presos.

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GAUDÉRIO NEWS TV